5 • Delinquente

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Bill

Sou grato por Daisy ter pago minha fiança, mas que a verdade seja dita; como ela faz isso por alguém que acabou de conhecer? Já percebi que sou capaz de usá-la o quanto quiser, ela confia em qualquer merda que eu digo.
Terminei de guardar meus pertences no carro, os 3 mil dólares em um dos bolsos da mochila e tranquei o porta-malas.

— Pobre Bill... — Vivian disse chorando.

— Definitivamente pobre, Vivian. — fiz piada com a minha própria desgraça — Eu vou ficar em um hotel barato na cidade.

— Se cuida.

— Você também.

Entrei no carro e fui para o tal hotel. O dono me mostrou o apartamento disponível no décimo andar, 700 dólares, aluguel baixo não dá pra esperar muita coisa. Cheiro de mofo, poeira pra todo lado, pelo menos é mobiliado.

— Tá vendo aquela varanda? — o velho apontou — Não vá ali se não você morre, as madeiras estão podres. Os últimos donos contruiram de qualquer jeito, quando foram apreciar a vista, acabaram espatifando a cabeça lá na calçada, igual uma melancia quando escapa das suas mãos. Por isso é o único apartamento disponível, ninguém quer ficar aqui, acham que é mal assombrado.

— Quê maravilha! Vou ter companhia em casa. —  zombei, pegando as chaves da mão dele.

— Bom proveito. — ele saiu e fechou a porta.

A primeira coisa que eu fiz foi dar uma limpeza geral nesse muquifo. Depois tomei um banho, troquei mensagens com a Daisy e  dormi.

Clareando o dia, fui para o mercado fazer compras, voltando para o apartamento, guardei os mantimentos no seu devido lugare na geladeira e armário, tomei o banho matinal e preparei o café da manhã.

Clareando o dia, fui para o mercado fazer compras, voltando para o apartamento, guardei os mantimentos no seu devido lugare na geladeira e armário, tomei o banho matinal e preparei o café da manhã

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Serro o bacon com a faca, espeto o garfo em cima e levo a minha boca, observo sentado a perigosa varanda, sem portas ou barreiras que impedisse a morte. É estranho, você vê esse risco e se imagina provando ele. Como quando um carro passa em alta velocidade na pista e você pensa "E se eu me jogasse na frente dele?".

E se eu cair dessa "falsa varanda"?

Me pego rindo dessas suposições idiotas.

Ligo a tv em busca de distração, assisto ao jornal e fico mais entediado. As mesmas notícias; assassinato, estupro, roubo, políticos ficando mais ricos, 'Kim Kardashian aumenta o silicone'. Sério? Acho que suicídio não seria uma má ideia.

Eu preciso ficar rico de novo... Posso me casar com Daisy, se a sua família feliz e perfeita gostar de mim. A irmã sei que é um caso perdido, resta tentar conquistar os seus pais.

[...]

Vesti um terno azul marinho, com gravata da mesma cor e sapatos sociais, minhas roupas de grife ajudam não aparentar que estou no fundo do poço. E pelo menos, o Cadillac foi comprado no meu nome, outro ponto positivo no quesito "causar boa impressão". Comprei um buquê de rosas para impressionar, o clichê acalenta o coração da maioria das mulheres, exceto aquela vadia da Mary.

𝐓𝐎𝐗𝐈𝐂 • 𝐁𝐢𝐥𝐥 𝐒𝐤𝐚𝐫𝐬𝐠𝐚̂𝐫𝐝Onde histórias criam vida. Descubra agora