6 • Sequestro

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Daisy

— Que droga, Chad! Ofereceu tequila batizada pra minha irmã, ficou maluco? — disse Mary, brigando com seu amigo.

— Você também bebeu... — disse Chad, já com a fala arrastada.

— Mas a Daisy ficou internada ano retrasado por causa de drogas!

A feição de felicidade do Chad mudou ao ouvir o quê Mary disse, ele me olhou como se eu estivesse no narcóticos anônimos, ninguém merece... Eu sabia que aceitar vir à essa festa por pressão da minha irmã acabaria dessa maneira. E acreditar que vi o Bill no meio dessa gente toda, fez Mary achar que enloqueci, afinal; ele nunca seria chamado para essa confraternização chata, onde somente os conhecidos do Chad são convidados.

— Eu tô legal, Mary. — disse à ela — Só quero ir pra casa.

— O quê? Não vai... _ pediu Mary.

— Fica aí, pode aproveitar a festa. Eu tô exausta e amanhã tenho ensaio do ballet, Srta. Petit está decidindo quem vai ganhar o papel principal no lago dos cisnes.

— Tenho certeza que será você!

Mary raramente é gentil comigo, ah não ser que esteja alterada. Dizem que bêbados falam a verdade.
Eu me despedi dela e dos amigos, vesti o casaco e saí pela porta dos fundos no quintal.

Na rua, longe daquela música eletrônica estrondando em meus ouvidos, respiro alíviada. Andando pela calçada deserta, fecho os botões do casaco, contendo o vento gelado que vêm sobre minha pele. Procuro um ponto de táxi, onde quer que eu vá, não encontro. Passando de uma esquina para outra, vejo um cara segurando uma garrafa de vodka, evitei contato visual e continuei andando. Escutei o vidro da garrafa ser quebrado, olhei para trás e ele está vindo atrás de mim. O medo é inevitável, parece que não há ninguém nesse bairro além de nós dois. Ele apertou o passo; é uma droga ser bailarina, os machucados dos meus dedos do pé pioram ao correr. Infelizmente, ele me alcança, abre o canivete da sua mão e encosta próximo do meu pescoço.

— Aí, seu otário! — Bill apareceu de repente, chamando a atenção dele.

Ao se virar para ver quem era, Bill deu um soco no rosto dele, o maníaco caiu no chão resmugando de dor, Bill continuou, dessa vez; lhe deu vários chutes no estômago, terminando por segurar a cabeça do mesmo, bateu com força no hidratante, deixando o homem nocauteado.
Eu não tive outra reação além de abraça-lo, meus dedos doíam muito, mesmo assim, os levantei na ponta para alcançar seu rosto e beijar sua bochecha, Bill permaneceu frio, sem esboçar reação.

— A sua irmã te deixou sozinha? — ele pergunta sério.

— Acho que eu é quem à deixei. — respondi.

— Por quê ela não te deu a chave do carro dela?

— Não fiz questão, só queria ir dar o fora daquela festa. — olhei para ele e sorri — Eu não tô louca, eu te vi, você estava lá, não é? — perguntei.

— Não.

— Como me encontrou?

— Pura coincidência.

— Pode dizer a verdade. Não vou me importar se você disser que está me seguindo, talvez essa seja a única forma de falar comigo sem meu pai descobrir.

— Daisy, eu levo você pra casa. — ele abriu a porta do seu puma amarelo, estacionado na calçada.

Eu entrei e fechei a porta, ele deu a volta. Sentado no banco do motorista, seguiu o trajeto para minha casa.

𝐓𝐎𝐗𝐈𝐂 • 𝐁𝐢𝐥𝐥 𝐒𝐤𝐚𝐫𝐬𝐠𝐚̂𝐫𝐝Onde histórias criam vida. Descubra agora