Confinados

Se apaixonando

Era a noite da reunião com Aiden e Benedict. Colin estava nervoso e devorava um pacote de biscoitos. Ele havia enviado o manuscrito para Aiden, que tinha respondido solicitando a reunião no dia seguinte. Em poucos minutos, se reuniria com os dois para discutir a viabilidade da publicação do livro dele. Penélope estava notando a ansiedade dele, mesmo que Colin não dissesse nada. Ela foi até ele, tirou o pacote de comida de suas mãos e o puxou para um abraço bem apertado. Colin sentiu uma ternura muito grande naquele gesto e acariciou seus cabelos. Depois de um minuto abraçados, ela se afastou e murmurou:

— Vai dar tudo certo na sua reunião. Eu acredito no seu potencial.

— Obrigada, Pen. Seu apoio me faz muito bem.

Colin se sentiu emocionado. Estava feliz com Penélope apoiando o seu sonho e em como ela se esforçava para vê-lo bem. Era um cuidado diferente de tudo que Colin já havia experimentado. Ele lamentava não ter estreitado mais a amizade deles naqueles anos todos. Ele já a conhecia há anos e nunca havia conversado tanto como naquele período. Já tinha notado Penélope antes, mas nunca se atreveu a flertar com ela de verdade. E isso fazia Colin se lamentar. Se tivesse agido antes, poderia ter passado anos convivendo com Penélope.

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Penélope ficou no quarto enquanto Colin se reunia na sala através do notebook com o irmão e o amigo dele. Ela não queria atrapalhá-lo naquele momento, então ficou no quarto lendo um livro no Kindle, mas não conseguia bem se concentrar. Estava pensando que o isolamento estava quase no final, já estava há 13 dias na casa de Colin e, apesar do começo difícil, ela adorou passar aquele tempo com ele. Definitivamente aqueles momentos tornaram a pandemia mais fácil de suportar. Mas, infelizmente, iria acabar. Eloise e Phillip fariam o exame de covid no dia seguinte e, caso o resultado fosse negativo, Penélope voltaria para casa. Um pensamento horroroso começou a se formar na cabeça dela: e se o resultado de Eloise desse positivo? Ela ganharia alguns dias a mais com Colin naquele pequeno paraíso que eles haviam construído. Meu Deus, Penélope! Você é uma péssima amiga!, a consciência dela falou mais alto e ela se sentiu mal pelos pensamentos. Um minuto depois, a amiga mandou uma mensagem.

Eloise: se meu resultado der negativo, mamãe quer que eu vá para Aubrey Hall.

Pen: Isso é ótimo! Colin tinha mencionado que ela quer a família toda reunida lá. Mas o que você vai fazer com Phillip? Mandá-lo de volta para casa?

Eloise: esse é meu dilema. Acho que minha mãe quer conhecê-lo, mas não sei se estamos nesse nível de conhecer parentes e passar um tempo juntos deles.

Pen: Eloise, você já está com ele há quase um ano e inclusive conheceu os filhos dele. Que mal há em ele conhecer sua família?

Eloise: Minha família é extremamente intrometida, Pen... meus irmãos vão praticamente interrogar Phillip. Isso se eles não o assustarem primeiro.

Pen: Eles são superprotetores, é natural... mas, me diga, e os filhos de Phillip?

Eloise: Eles estão com os avós no interior da Inglaterra. Phillip achou melhor deixá-los em segurança lá. Eles se falam todos os dias por chamada de vídeo, Pen. É adorável.

Pen: por que não faz assim? Leve Phillip para Aubrey Hall e passem um final de semana juntos lá e depois ele poderá voltar para os filhos. Um final de semana é suficiente para sua família conhecê-lo, mas não tanto para assustar ele.

Eloise: é uma boa ideia. Posso te confessar algo?

Pen: É claro que sim.

Eloise: Por um momento eu desejei que o exame desse positivo, assim eu não teria que me separar de Phillip ou apresentá-lo à minha família. Eu sou horrível, não é?