Vai ficar tudo bem

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Notas:

Gente, eu tô publicando esse capítulo aqui, mas não vai ser o último. Ainda não tô conseguindo me despedir dessa história. Gostei demais de escrever sobre eles nesse contexto.

Acho que no domingo ou sábado eu vou publicar o final. Só preciso encontrar as palavras certas pra me despedir do nosso casal. Está sendo um processo.

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Os próximos dias não foram fáceis na casa de Portia. Todos estavam desesperados por notícias de Varley. A equipe do hospital ligava todos os dias para informar que o quadro dela se encontrava na mesma: grave. Ela havia sido entubada. Estavam nessa situação há mais de uma semana. 

Penélope estava ficando com os ânimos à flor da pele com o caso de Varley, assim como com o fato de que a mãe não havia tomado uma decisão sobre tomar a vacina contra a covid. Colin e ela tinham tentado trazer o assunto à tona algumas vezes, mas Portia sempre desconversava. 

Seu único consolo, era que não estava passando por aquilo sozinha. Colin tinha se tornado extremamente atencioso com ela e se esforçava para que a atmosfera na casa não ficasse tão pesada. Penélope se mostrava eternamente grata a ele por todo o cuidado. 

Colin, por outro lado, percebia como a relação de Penélope com a mãe não era boa. Portia era supercrítica com tudo que a filha fazia, o que deixava ela mais ansiosa ainda. Agora ele entendia a proteção de Eloise em relação à família da namorada. Ele pensou que, graças a Deus, Penélope não precisaria mais conviver com a mãe depois que a situação de Varley se resolvesse. 

Duas semanas antes do natal, o hospital ligou para informar que Varley estava apresentando problemas renais, necessitando de hemodiálise. Os médicos temiam que os rins dela parassem e a mulher acabasse precisando entrar na lista de espera pelo órgão. Penélope informou à mãe sobre a ligação. Tinha prometido a si mesma que daria todas as notícias à Portia, fossem boas ou ruins. Sua mãe precisava urgentemente acordar daquela fantasia em que considerava o vírus inofensivo. 

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Colin não esperava passar o natal longe de sua família. Pelo menos, não naquele ano em que tanta coisa ruim estava acontecendo e eles só tinham um ao outro. Mas, pelo jeito, ele ficaria longe mais alguns dias. O único consolo é que estaria ao lado de Penélope. Mesmo nos momentos ruins, a visão dela era a única coisa que alegrava o coração dele. 

Na véspera de natal, acabaram recebendo uma ligação do hospital informando que Varley tinha finalmente saído do respirador e agora consideravam o quadro dela estável. Informaram também que ela só teria alta depois que saísse da hemodiálise, que agora era a única preocupação da equipe médica. Ainda assim, eram ótimas notícias. As duas conseguiram até fazer uma breve chamada de vídeo e Portia conversou com a amiga, dizendo que tudo ficaria bem e logo elas estariam reunidas. 

Penélope respirou aliviada, após desligarem a chamada de vídeo, e se agarrou com Portia em um abraço inesperado. Havia anos que ela não sabia o que era abraçar a mãe. A última vez talvez tenha sido quando seu pai ainda era vivo. As duas sorriam e choravam ao mesmo tempo no abraço. Colin se mantinha calado, dando privacidade a elas. Mas Portia se soltou dos braços de Penélope para informar:

— Eu quero tomar a vacina. 

— Sério? — Penélope perguntou, quase caindo de surpresa. 

— Sim! — ela respondeu, com a voz um pouco trêmula — Há uma grande chance de Varley voltar para casa, e eu não quero oferecer risco à ela… a ninguém, na verdade. Eu quero viver, Penélope… quero viver para ver meus netos crescendo. 

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