Xícara quebrada

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Perdão pela demora de atualizações, eu estive passando por alguns problemas :((

!!ATENÇÃO ESTE CÁPITULO CONTEM GATILHOS ENVOLVENDO DESREALIZAÇÃO E VIOLÊNCIA DOMESTICA SE NÃO SE SENTIR CONFORTAVEL NÃO LEIA!!

boa leitura!

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Karl viu aquele ser, estava aliviado de ouvir e ver alguém depois de tanto tempo, mas esse alivio se tornou raiva, uma raiva grande por XD.

— Por que?! Por que me tirou de lá?! Eu tinha conseguido finalmente me adaptar, eu tinha amigos, uma vida toda lá! Eu estava feliz lá, por que você fez isso?!- Os olhos de Karl começaram a se encher de lágrimas.

O deus riu alto enquanto se aproximava.

— Oh Karl parece que nunca aprende, você não pertence a lá, sabe disso, não sei porque ainda insiste.

— Quando que eu vou poder ter uma vida normal? Eu quero minha vida de volta!- As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto delicado.

— Nunca. Karlos entenda você nasceu amaldiçoado e vai continuar assim, aceite seu terrível destino.

— Mas por que? Por que eu?!

O ser celestial ficou em silêncio, dando pequenas risadas glichadas.

—Vamos fazer assim, por que não concerta seus erros do passado?

— Que? Do que você 'ta falando?

— Seus erros Karl, as pessoas que você quebrou o coração, as pessoas que deixou para trás, isso só são alguns exemplos.

— E como vou os concertar?

— Isso já não é problema meu pequeno coelho, mas algo essencial que você tem que fazer com todos, termine de concertar o erro junto de uma xícara de café ou chá com açúcar.

— Por que?

— Quer continuar com Sapnap daquela realidade não é? Então faça isso.

Jacobs apenas aceitou e uma porta de madeira branca foi mostrada a sua frente, ele encostou a mão na maçaneta com receio, respirou fundo e a abriu, logo entrando. Karl mal sabia o que estava por vir.

[ . . . ]

A chuva caia de forma leve, escutava grilos e alguns bichos comuns noturnos da natureza, Karl estava caminhando por essa floresta enquanto escutava chamarem seu nome.
Olhava o céu por meio das folhas enquanto ia de encontro ao que parecia ser a saída dali.

Viu rostos familiares, um rapaz meio baixo de cabelos escuros, ele vestia uma blusa azul clara e bermuda de um tom de marrom claro, Ao seu lado estava uma moça de olhos castanhos e cabeço meio a meio. Reconhecia aqueles dois, eram George e Puffy.

— Meu deus você está bem! Eu achei que tinha morrido!- George disse o abraçando e verificando se ele estava bem. — Você sumiu por horas! A gente já tinha parado de brincar de esconde esconde a tempos!

— Verdade, vê se não faz mais isso seu zé ruela!- Puffy disse em tom de brincadeira enquanto dava um tapa em sua cabeça. — Vamos voltar logo para dentro da escola.

— Escola? Do que você 'ta falando Puffy?- Karl tombou a cabeça para o lado confuso, não sabia onde tinha parado.

— Cara você 'ta chapado ou algo assim?- George perguntou, olhando aos olhos do maior para ver se não havia ingerido alguma substancia.

— Karl você bateu a cabeça? A gente 'ta acampando na escola por causa da chuva de meteoros cara.- Puffy explicou.

— A-Ah é! Verdade, eu ando meio esquecido perdão!- Karl pediu desculpas, ficando levemente vermelho de vergonha. — Vamos voltar né?

O de olhos claros começou a andar em direção a tal escola junto aos amigos, ao entrar na mesma viu diversos adolescentes e pessoas pela quadra, com barracas, sacos de dormir e até algumas fogueiras um pouco perigosas para estarem em local fechado. Karl caminhou até a arquibancada, onde sentou tentando achar onde estaria o problema que ele poderia ter causado, ele não achava de jeito algum, estava frustrado.

Colocou a mão no bolso e procurou um celular ou coisa parecida, mas acabou por retirar um walk talk enorme de seu bolso.

—Mas que porra? Pra que ano ele me trouxe? Época dos dinossauros? Ou eu só sou pobre e não tenho um celular?

Então Jacobs foi atrás de descobrir onde estava, procurando pela escola ano ou qualquer tipo de data que indicava onde estava. Nos corredores escuros e levemente silenciosos olhava os folhetos com algumas datas meio que já passadas, até achar a data do dia atual, era 12/07/1985, Karlos estava confuso, porque ele estaria ali sendo que pela sua idade anterior ele nem teria nascido? Ignorou esse fato e tentou fixar essa ideia a sua cabeça, voltando novamente a caminhar por ai para se acalmar e tentar entender tudo o que ocorria.
Começou pouco a pouco a sentir que não era mais o mesmo, de que nada ali era real. Vozes ecoavam em sua cabeça, sentia-se derreter, sentia de que aquela pele não era sua, de que sua mente estava em outro local, seu corpo era errado, aquele lugar era errado.

Desesperado com tudo, Karl chorou alto, correndo para o banheiro mais próximo que tinha, ele não lembrava do próprio rosto, mesmo parado em frente a um espelho e se vendo ele não se lembrava, quem era aquele ali no reflexo? Um estranho, Jacobs diria. Jogou água em seu rosto diversas vezes, queria acordar de seus pensamentos, queria se acalmar.

Depois de quase meia hora em completo pânico ele se acalmou, agora tinha acabado de sair do refeitório com uma garrafinha com café, ele entrava em uma das salas, o laboratório em especifico, escutou um choro baixo e caminhou preocupado para averiguar quem era.

— Quem está ai? Está tudo bem?- Karl olhava pelo chão para procurar a figura escondida, viu um garoto alto, de cabelos loiros, vestes em preto com pequenos detalhes em verde. — Phil?

O loiro o olhou de uma forma completamente furiosa.

— Ah não! Você não! Tudo que eu menos queria agora era você aqui para encher meu saco.- Falava dando fungadas por conta do choro. — O que quer de mim? Quer estragar minha vida mais uma vez? Ok vai lá, vai com tudo Senhor Jacobs, estraga mais ainda a porra da minha vida!

— O que? Phil, eu nunca te fiz nenhum mal calma, eu quero ajudar...- O moreno se aproximava lentamente, de jeito confuso.

— Nunca me fez nenhum mal?! Karl você fez a pior merda na minha vida agora que ajudar? Pra que?! Para contar para os meus pais de novo?! Para de se fingir de santinho, cacete! Eu cansei dos seus joguinhos.

— Eu não me lembro de verdade... Me desculpa.

— Ah não se lembra de contar pra porra dos meus pais conservadores que eu sou multi e de que eu beijei o meu melhor amigo? De que eu não quero mais seguir aquela porra de religião?

— Não...

— Pois agora você se lembra cacete! Agora sai da minha frente! Vai embora logo!

— Philip me perdoa, eu não sei onde que eu estava com a cabeça...- Se sentou próximo ao mesmo. — Eu definitivamente não queria fazer aquilo.

— Como não? Você nunca gostou de mim.

— Eu não gostava por motivos bestas eu juro, me conta do por quê você 'ta chorando por favor? Eu posso te ajudar, confie em mim por favor, eu juro pela minha vida.

Philza suspirou, sem olhar para o mesmo, encarando a parede contrária. Não sabia se acreditava ou não nos joguinhos dele, mas queria que fosse verdade, não estava aguentando  mais não ter com quem descarregar isso, já que foi proibido de conversar com Technoblade por conta do beijo, o mesmo para ele.

— Bem depois de que você acabou espalhando o que aconteceu na festa de Eret meus pais ficaram sabendo, e não tiveram uma boa reação, principalmente meu pai... 

Flashback:

O sangue escorreu do braço do loiro.

— P-Pai, por favor, está doendo...

 Você não vai sair daí até deixar de ser um 'viadinho e voltar a ser um homem de deus, sabe muito bem que eu não te criei para isto Philip!

 M-Mas...

 Mas o que, Philip?- O homem deu mais um golpe com o cinto, o que fez Phil começar a chorar.

 N-Nada, papai...

 Eu vou trabalhar. Quando voltar, quero meu filho de volta.

Assim que o homem alto bateu a porta, Phil viu escondida na batente da porta uma menina, Alyssa, que era sua irmãzinha de apenas 8 anos, entrou no quarto desesperada.

Entrou em choque quando viu seu querido irmão, com os tornozelos em carne viva, presos por braçadeiras nos pés da cama.
Foi isso que seu pai fez com ele.

 Phil!

—A-Aly...- Chamou com os olhos semi cerrados. — Me ajude por favor, eu não quero morrer aqui...

 Mãe! Mamãe!- A menor chamou desesperadamente a matriarca.

 Sim, queri- Oh, meu deus! O que aconteceu com você meu filho?- Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto ela entrava em desespero para ajudar o mais velho.

Flashback off:

— E foi isso que aconteceu...- O loiro terminou de contar com a voz fraca.

Karl estava em choque, como alguém poderia fazer isso com o próprio filho só por ele amar alguém? Mas o pior de tudo, como aquela versão de si poderia ter feito isso?

— Eu não sei o que dizer... Me desculpa, me perdoa por favor.- O abraçou. — Eu prometo que vou fazer algo a respeito disso, vamos denunciar, ele tem que ser preso!

— Não Karl, não tem como fazer isso. Esqueceu que estamos em 85? Ser Lgbt é motivo de doença, vão me mandar pra um hospital psiquiátrico ou sei lá! 

— Mas ele ainda pode ser preso por agressão esqueceu? A gente vai conseguir ok? Eu to aqui.

Karl apertou o abraço, e por mais que surpreendente o loiro retribuiu com a mesma força, se permitindo chorar um pouco mais.
Se separou entregando a garrafinha com café.

— Aqui, bebe um pouco, vai te fazer bem.

O mais velho aceitou, agradecendo em seguida.

— Vamos lá com o pessoal? Deve estar divertido!- Karl disse animado, Philza aceitou e não demorou muito para que eles começassem a andar pelos corredores.

Estavam num silêncio calmo até o ginásio, até o moreno quebrar ele.

— Phil você sabe se o Nick veio? Eu queria passar um tempo com ele.

— Nick? Diz Nick o apelidado Sapnap?

— É, ele mesmo.

— Karl... Nick se suicidou a dois dias atrás, você se esqueceu?

Karl entrou em um completo choque, tudo pareceu travar no tempo, tudo havia perdido a cor, a pessoa de confiança que procurava morreu, e ele não poderia fazer nada.
E novamente tudo estava congelado no tempo, Karl chorava mais uma vez, ele não tinha certeza se aguentaria passar por isso mais uma vez

Açúcar Com Café ; KarlnapOnde histórias criam vida. Descubra agora