Café gelado

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Karl estava a porta de um imenso Jardim, não sabia o que fazia ali, apenas estava com roupas mais chiques, era da realeza? Não sabia, apenas entrou, tinha a intuição de procurar por algo, não sabia quem ou o que, Karl começava a caminhar em meio ao temporal que fazia. Passou quase uma hora ali, não achava o que precisava mas, se surpreendeu ao ver o corpo de Tommy sentado abraçando os joelhos em baixo de uma árvore.

Karl correu brevemente e quando chegou próximo ao outro diminuiu a cadência para não assusta-lo.

— Tommy, o que você tá fazendo aqui?- Karlos se ajoelhou em sua frente e afastou seus braços para poder o olhar no rosto. — O que aconteceu?

Tom soltou um soluço e sussurrou palavras desconexas. Jacobs franziu o cenho e levantou a cabeça do menor. O rosto estava em um tom avermelhado e ele não soube identificar se era pelo choro ou pela chuva. Uma única palavra que conseguiu compreender foi "perder"

— Perder quem, Tom?- Karl olhou firme nos olhos azuis e o abraçou em seguida percebendo que o corpo do outro começará a tremer intensamente.

— O Will, Karl.- Tommy sussurrou no ouvido do outro e encostou a cabeça no ombro..

— O que tá' acontecendo?- O moreno sussurrou de volta, apertando os braços ao redor do corpo do maior em forma de proteção.

— Meu irmão ta' com um problema no coração e precisará de uma cirurgia... É de risco.- Fungou. — Eu não quero perde-lo...

Em sentiu um bolo formar na própria garganta. Então essa era a razão do menor estar tão triste. Agora ele compreendia.

Karl afastou-se o suficiente para olhar nos olhos marejados do rapaz a sua frente.

— Vai ficar tudo bem, ok?- Ele fez um leve carinho na bochecha do outro. — Até parece que não conhece o seu próprio irmão. Ele vai sair dessa porque ele é o cara mais forte que conheço. Vai dar tudo certo! Não se preocupe e nem sofra antes do tempo.- Jacobs sorriu ao perceber que o mais novo parará de chorar e o passará a observa-lo enquanto acenava com a cabeça. Um pequeno sorriso desenhado nos lábios em sinal de alivio seguido de um suspiro que teve certeza que ajudou a amenizar todo o sentimento ruim que ele estava sentindo. — Agora, ele vai ficar muito brava se souber que está tomando toda essa chuva...- Olhou para o céu escuro. — O que acha da gente voltar?

Thomas escutou o que o outro havia falado mas permaneceu em silêncio, assimilando tudo o que estava a acontecer.

— Por favor Tom, vamos voltar lá pra dentro, além de que é o casamento dele com Sally poxa!

— Tudo bem... Obrigado Tio Karl!- O loiro sorriu, o abraçado forte e pedindo colo que foi concedido.

Entraram de volta ao salão após tomarem chuva, o levou novamente até Philza.

[ . . . ]

Karl acordava novamente, mas dessa vez se lembrava, e não estava em seu corpo, era um mero espectador.

Via uma mulher muito parecida com si, ela usava roupas surradas de camponesa, moía ervas em um pote de pedra, o cheiro na casa era de lavanda com chá fresco e torta quentinha, era aconchegante. Ela terminava de moer o que necessitava e colocava dentro de potinhos separados que possuíam etiquetas amarronzadas  mas Karl não conseguia as ler.

A mulher saia de casa comum cestinho, usava m chapéu que parcialmente tampava grande parte de seu rosto, ela caminhava até um grande penhasco, onde tinha um banquinho, junto a outra mulher de cabelos loiros e pele branca e vestido florido branco.

— Oh Elizabeth que bom te ver!- Disse a mulher de chapéu.

— Também é um prazer em te ver, Rosemary.- A loira sorriu a amiga que foi ao seu lado, ficando perto da beira do penhasco. — Eu tenho boas novas!

— Oh jura? Me conte!

— Eu vou casar com Seapeekay!- Mostrou a aliança em seu dedo, era um lindo anel dourado com detalhes roxos de ametista. — Lindo o anel, não é?

O mundo de Rosemary parecia desabar, e uma raiva incontrolável a tomava, Karl notava isso.
Depois de tudo que ela fez para o ruivo ficar com ela, depois de ter contado sobre a gravidez e ele ter se afastado... Aquilo não era justo.
Tomada pela raiva segurou a loira pelos braços, que logo se apavorou.

— R-Rose?! Ei me larga! Ta machucando!

— Machucando...?- Falava com uma frieza na fala que era medonha, caminhava até a borda do penhasco. — Eu não ligo.

— ME SOLTA SUA MALUCA!- Gritou alto, mas logo foi calada com um abraço.

— Eu te vejo ao outro lado, talvez nos encontraremos em outro dia ensolarado.

E se jogou abraçada junto a tal do penhasco, sentia o vendo em seus cabelos castanhos, o chapéu voou com isto. Algo que Karl achou estranho quando viu isto, foi a nomeada de Rosemary largar a outra e apertar a ponta de um relógio de bolso familiar. 

Tudo havia ficado escuro novamente, e Karl se via naquele palácio branco, e escutava vozes familiares vindas de uma das salas, junto a risadas, seguiu até a tal sala, e assim que entrou viu a mesma mulher junto a XD, eles dividiam taças de vinho rose enquanto conversavam sobre algo, Karl estava mais confuso do que nunca.
Até Rose o notar.

— Olha só quem está aqui!- Disse animada. — Gostou de descobrir, filho?

— Filho? XD o que está acontecendo?

—É simples Karl. Você é filho de Rosemary.

— O que?! Por isso o relógio! M-Mas isso não faz sentido, aquilo era em 1867! Como eu posso ter vivido tanto tempo e não lembrado?

— Você não viveu tanto assim, pequeno.- Rose apoiou a taça na mesa e o olhou, abrindo um sorriso. — Você nasceu em minha última vida, mas para não sofrer tanto, XD te colocou naquela realidade mesquinha que você chama de "Realidade primaria"

— Então era isso que você dizia de eu ter nascido amaldiçoado?- Karl olhou para XD que concordou balançando a cabeça. — Mas o que significa os erros e outras vidas, eu não me lembro!

— Eram os erros de sua mãe.

— Da minha mãe?! E por que eu tenho que concerta-los?! Quem errou foi ela, isso não é justo! 

— Porque era o acordo, eu dava a ela três vidas e um relógio onde ela registraria cada uma das mortes e onde foi. E na última vida dela ela estava grávida de ti, e como ela morreu se jogando do penhasco por ciúmes amorosos, isso acabou passando para você.

— Por que não pediu outra chance?!- Olhou para Rose, estava visivelmente bravo e magoado.

— Porque eu nem queria te ter, alguém tinha que segurar o B.O queridinho

— Se não queria me ter por que só não me abortou logo?! EU TE ODEIO!

Karl chorava desesperado, saiu correndo da sala, buscava uma saída naquela imensidão, queria fugir, queria sair dali. Fechou seus olhos fortemente e como uma luz no túnel via o sorriso de Sapnap, aquilo era confortante, queria aquilo, queria o sorriso de Nick, o abraço, o carinho.
Em certo momento sentia o seu redor mudar, escutava bipes de aparelhos enquanto abria os olhos lentamente, podendo ver Sapnap com olheiras, Alex de olhos inchados ao outro lado, Nikki o reconfortava. Assim que Nick notou, o mesmo pareceu sorrir.

— Puta merda! Você ta vivo!- O abraçou forte. 

Karl estava em casa, o pesadelo acabou, estava tão feliz, sua vida era normal de novo.

Açúcar Com Café ; KarlnapOnde histórias criam vida. Descubra agora