Suficiência, sempre achei essa palavra maravilhosa assim como o nome dela. Não é nem de menos e nem de mais é suficientemente bom, o problema é que ninguém da uma medida para o suficiente então é como se seu próprio senso lhe dissesse quando estava passando do limite e quando nem o atingia.
— Não quer dormir aqui?
— Não, vou voltar pra minha casa preciso terminar um projeto. — sim, a minha vontade era ficar, porém meu senso disse que já bastava os três dias direto.
Me questionava diariamente se eu era suficiente para Alice, aos meus olhos a grandiosidade daquela mulher era de mais. Achar e afirmar a minha vida toda que ninguém seria o suficiente pra ela me fez duvidar se até eu mesmo seria capaz de dar tudo o que Maria merece.
Insuficiência, sempre achei essa palavra pesada. Eu nunca quis admitir, contudo sabia, eu era insuficiente para ela. O foda é que Maria Alice não achava o mesmo.
— Eu não estou te entendendo.
— Eu não quero perder sua amizade, eu te amo, mas...
— Mas eu sou insuficiente.
— Não, você está me sufocando. Você é mais que o suficiente eu quem não está preparada pra tanta intensidade. Eu acabei com meu casamento recentemente, minha cabeça funciona mais rápido que meu corpo e eu não sei se deveria ter começado com isso.
Eu até hoje choro ao lembrar de como as coisas se encerraram naquele dia. Antes era o casamento que separava a gente e agora era a minha intensidade. Saber que o medo de insuficiência me deixou suficiente até de mais me faz repensar em todos os momentos que passamos juntos não como amigos.
Ela se sentia sem ar?