Nome composto, nunca entendi o por quê, ficou em dúvida ao escolher e resolveu acabar com a indecisão colocando os dois?
— Por que Maria e Alice?
— Por que minha mãe queria Alice e meu pai queria Maria para homenagear a minha avó, sendo assim Maria Alice.
O costume de nomes compostos veio da Idade Média, onde os recém nascidos recebiam nomes dos pais e dos avós para garantir que a terra pertencente a família seria herdado. O capitalismo vem corrompendo a sociedade desde aquela época. Imagina criar uma cultura mundial brega somente por que você não garante o território no soco, esses medievais não chegam nem perto dos primitivos.
— Por que não Alice Maria?
— Sei lá, não soa bem.
— Você prefere Alice ou Maria? Dizem que as pessoas com dois nome tem personalidades diferentes para cada um.
— Quanta bobagem, por que esse interesse repentino no meu nome?
— Soa bem.
Eu sempre gostei do nome dela, era como se eu pudesse dizer o que sentia somente ao pronunciar.
Alice. Era calmo, paz, tranquilidade, tarde serena no campo.
Maria. Responsável, séria com sutileza.
Maria Alice. Era como ajoelhar no chão pedindo que me notasse.
— Você gosta do seu nome? —me perguntou.
— Nada contra.
— Significado guardião rico, protetor das riquezas. Por que desse nome?
— Minha mãe gostava dos apelidos que poderiam me dar.
Depois dessa nossa conversa fiquei instigado, qual seria o significado de seu nome?
Maria, tinha certeza de que sua origem era bíblica, na realidade de onde veio é incerto. O mais aceitável é do hebraico (Myriam).
Significado: senhora soberana. Não acredito que o nome influência na personalidade, como não acredito em signos, porém o espírito de velha que Maria tinha era inegável assim como a líder nata com o poder de segurança que era.
— Alicia, pegue minha caneca ali por favor. —ela permaneceu parada como se não fosse a única pessoa que pudesse me ouvir no cômodo vazio. —Alicia!
— Ce, Alice. —levantou pisando firme me fazendo o favor.
— Obrigada Alicia.
Ver seu olhar de raiva com ironia e ao mesmo tempo seus lábios quererem sorrir era uma imagem impagável, uma de minhas expressões favoritas.
Alice vem do grego, significa real, algo verdadeiro, "pé firme". E a mãe de Maria Alice parecia ter tido uma prévia de que sua filha seria no futuro.
Alice era tão constante, tão verdadeira e tão real que eu sempre me pegava pensado se não era imaginação.
— Você gosta do meu nome? —questionei bebendo o café amargo que ela preparou.
— Simples, não é incomum, soa bem, eu diria que é um bom nome.
— Daria esse nome para teu filho?
— Não, é um nome de gente mais velha. Pareceria que o bebê já nasceria com trinta anos.
— Eu só tenho vinte e três!
Naquele dia eu percebi, Maria Alice definitivamente não liga para meu nome.
