O Sagrado e eterno Feminino (Quartetos) (1996)

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A vida, em segredo e gestada

dentro do útero sagrado da Mãe Terra

A mulher, em miniatura é a deusa Gaia

em que se manifesta o sagrado e eterno Feminino.


Nos campos, o orvalho matutino

desliza suas gotículas sobre as flores adormecidas

suaves folhas voam até os riachos

e os rios se unem fluindo ao mar profundo.


O templo sagrado tem em sua entrada

duas colunas, que ao incauto é fechada

dentro dele a luz sagrada, pura, brilha

cria a vida, e a si mesmo ela recria.


Quando o mar e as areias se encontram

borbulha as espumas, num choque inesperado

assim também quando os opostos se atraem

dois se tornam um, e do um o terceiro se forma.


Este triângulo gira pelo Universo

a partir dos dois círculos que próximos se cortam

cria o portal dos mistérios mais sagrados

É o amor a religião mais sagrada.


Cultua a Mãe, sem esquecer do Pai que o protege

Sabe que tudo passa, e é reflexo de sua Alma

Vê o corpo como espelho do Universo

e o passageiro como escada ao infinito.


A Mãe terra, lhe deu o corpo e agora cobra

que participe de sua dança sublime da vida

seu coração bate junto com o da Terra

a se alegrar dentro do próprio útero da vida.


Agora o sonho se desfaz, e se desperta

o orvalho brilha com a luz primeira do doce astro

A mulher, se faz inefável imagem da deusa Gaia

Juntos criamos a vida, e a nós mesmos ela recria.


01/09/1996


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