Quando os corações se Tocam (Tudo está em tudo) (1996)

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Minha arquitetura

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Minha arquitetura

e como uma paisagem

feita de pedra

contra a estiagem...


Tudo está em tudo

Estas belas colunas gregas

no final da tarde, no sol que arde

são as vestes do mistério que nos chama...


Seus olhos, que se perdem

nas águas tristes e marejadas

são as espumas nas praias dos desiludidos

que me inspira, e que nos abraça...



Esta geometria, precisa e transformada

não é tão dura, é sublime, delicada

nas curvas suaves de tuas formas

são colinas que levam à enseada...


A mulher é um misto de seara e de estrelas

um cadinho de segredos e belezas

um pedaço do céu aqui na terra

uma asa estendida ao infinito...


As estrelas cadentes são seus desejos

um átomo que explode em centelha

explosão que recria todo o Universo

dentro dos corações, que no fim de uma tarde por fim se tocam.


Se une o laço, quando se perde

sobe a escada, quando humilde desce

recebe o amor, quando sem nada pedir entrega

um desejo profundo de querer bem, e mais nada...


Hermes, Hermes Trimegisto, em sua tábua de Esmeralda

une o alto e o baixo, o grande e o pequeno, Macro e micro, o tudo e o nada

Minha arquitetura é como uma paisagem

no deserto dentro do oceano dos teus olhos...


Essa miragem tão bela de tuas formas

são esboços dos astros, das quimeras, das enseadas

aonde o barco misterioso de minha alma

deseja descansar em porto seguro, e mais nada...


Seu amor, tudo ou nada

É o que mais deseja minha alma


Ou nada.


07/01/1996

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