Tesouro

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Sasuke se sentia enjoado. Gostaria de poder dizer que era por causa do balanço da carruagem que o levava  até  o alfa que seria seu noivo. Só de pensar nesta última palavra já o fazia querer vomitar, por isto, quando seu irmão veio lhe contar quem seria o homem a fazê-lo refém, não quis saber seu nome, apenas entrou na carruagem.  Decidido a demonstrar sua irritação com toda a força, o ômega ignorou o irmão mais velho durante toda a viagem que durou um dia e meio.

—V. Alteza, chegamos. -o cocheiro avisou e Sasuke conteve a bile que subia por sua garganta. A vontade de gritar e fugir o acometiam. Estava pálido e sentia que se tentasse levantar suas pernas falhariam.

—Sasuke- Itachi chamou preocupado, mas ele não olhou. —Você está pálido -puxou seu rosto e se assustou ao tocar a pele - e gelado também! -disse ao outro que se  desvencilhou,  lançando-lhe um olhar furioso.

—Senhor Itachi -Sakura interferiu. —Acho melhor o senhor descer primeiro, deixe que me encarregarei dele. 

Lançando um último olhar para o caçula, desceu a muito contragosto.

—Vossa alteza, seu irmão já foi - disse tocando o ombro do outro que relaxou um pouco. —Está sendo acometido pela afligimenento, correto? -perguntou sabendo que era algo constante desde a morte de Mikoto. Ele assentiu.

—Meu estômago dói. -disse em um fio de voz. —Se eu me levantar daqui, não conseguirei descer, cairei diante de todos.

Sakura se sentou ao lado dele e pegou sua mão.
—Respira comigo... um... dois.. três... quatro... cinco... inspira. -fez um exercício para acalma-lo. —De novo. -fizeram os movimentos algumas vezes até que ele estivesse um pouco melhor. —Precisamos ir, entretanto ,não se esqueça que a cada passo que der eu  estarei ao seu lado. 

O ômega desceu da carruagem e mal teve tempo de pousar os pés no chão quando foi abraçado por alguém. Tudo o que viu foi um borrão vermelho antes de ter seu corpo apertado com uma força além da necessária.

—Meu menino! -a mulher gritou se separando dele para avalia-lo. —Olha como você cresceu! Como está lindo! -  disse ela fazendo seu rosto corar. —Oh! - o olhou encantada. —Veja Minato, ele ainda cora com facilidade, nosso pequeno tomatinho.

Sasuke buscou Sakura  com o olhar, encontrando-a rindo discretamente do embaraço dele. O fazendo perceber então  que não receberia  socorro por parte da beta. 

—Kushina, chega. -um homem alto e loiro se aproximou e a puxou delicadamente pelos ombros, havia uma coroa em sua cabeça, portanto aquele deveria ser o rei daquelas terras. —Está o deixando envergonhado. -  disse rindo um pouco. Lembrando-se das convenções sociais, referenciou o recém chegado. —Princípe, espero que perdoe a indelicadeza de  minha esposa, é que para ela é uma grande alegria vê-lo novamente.

O pobre homem mal terminou a frase e recebeu um tapa atrás da cabeça que fez sua coroa quase cair. O príncipe ficou boquiaberto. Em seu reino  se qualquer ômega fizesse aquilo com um rei, estaria condenada a forca. Olhou para Itachi, mas este parecia familiarizado com a dinâmica do casal.

—Quem foi que você chamou de indelicada? Paspalho! -bufou e ele murmurou um "desculpe" endireitando a coroa que tinha ficado torta depois do tapa. —Sobretudo, admito que estou feliz em ver meu afilhado novamente. -o sorriso outrora em su rosto não durou muito quando emitiu as próximas palavras. —Não espere que eu me curve diante de você porque eu ainda sou rainha e não farei isso a  alguém para qual  já limpei a bunda cheinha de cocô.

Itachi viu Sasuke atingir cinco cores diferentes de vermelho então por misericórdia decidiu intervir. 

—Vossa Majestade -disse ao se curvar, mas ela lhe direcionou um olhar nada amigável. —Quero dizer, madrinha -se corrigiu. —Creio que a viajem não tenha feito bem ao meu irmão, ele tem o estômago sensível e por isso sugiro que levá-lo aos seus aposentos seja o ideal. 

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