Um passo de cada vez.

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Após o duelo entre Naruto e Fugaku, o rei dos Uchihas se foi deixando Itachi para cuidar dos preparativos da união. Sasuke, entrou no cio assim como Minato prevera.

Durante todos os sete dolorosos dias seu noivo sequer chegara perto dele. Sasuke não sabia definir se estava aliviado ou irritado com isto.

No momento, secava seus cabelos após sair de seu banho noturno.
Por sua mente se passavam muitos pensamentos sobre os acontecimentos recentes. Em menos de trinta dias já havia ficado noivo, provocado a quase morte de seu pai e se mudado para o castelo em Konoha. Sobretudo o pensamento que mais rondava sua cabeça era o motivo de ter tido aquele "sonho" com outra versão de si mesmo.

Era fato que não confiava facilmente em outras pessoas e que era algo raro alguém chamar sua atenção e que Naruto contrariava tudo isso, mas será que seria capaz de se apaixonar assim tão perdidamente por ele um dia? 
De alguma forma quando acordou ficou com uma sensação estranha no peito que perdurou durante seu cio. Um misto de vazio e falta.

Sentou-se na cama refletindo em como seus cios anteriores nunca haviam sido tão dolorosos. Seu ômega havia chamado por Naruto durante todo tempo, porém este o ignorou durante o ciclo e após ele já que evitava sua presença a qualquer custo  mudando-se até mesmo para um quarto em uma ala oposta do castelo.

Sasuke tinha muitos defeitos, a vaidade era um deles. Recusando-se a ser ignorado daquela forma, jogou sua toalha em algum canto do aposento, fechou sua yukata e saiu imaginando aonde poderia encontrar o futuro rei.

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Gaara lavava o pano umidecido em uma bacia quando ouviu a voz soar atrás de si.

—Você ainda parece um anjo, mesmo de costas.

Assustado, quase derrubou o objeto que segurava. Virou-se. O estranho de quem cuidava no quarto de hóspedes estava sentado com as costas apoiadas na cabeceira da cama e o olhando com certa curiosidade.

Seus ferimentos estavam melhores, os roxos já haviam sarado, porém o corte feito a espada em seu peito ainda estava enfaixado, Gaara havia acabado de limpar, portanto o homem ainda estava com a parte de cima do corpo nua deixando seus músculos marcados visíveis.

Gaara pigarreou e se recompôs.
—Já você não parece mais o pedaço de trapo que encontrei na estrada.

O homem riu, mas logo pôs a mão em seu abdômen por ter sentido doer com a contração muscular e Gaara instintivamente se aproximou.
—Acho que só por fora já que por dentro é exatamente como um trapo que me sinto. -disse ainda risonho segurando no local dolorido. —O que aconteceu?

Após ver que o ferimento não sangrava o príncipe deu de ombros.
—Esperava que você me dissesse isso. -respondeu em um suspiro. —Te encontrei jogado no meio do deserto com as roupas em trapos e gravemente ferido. Você delirava e me chamava da mesma forma que me chamou ainda há pouco —meio desrespeitosa, devo acrescentar—portanto,  decidi que não seria honroso com o deus do deserto deixar uma alma ser ceifada em suas areias assim. Te trouxe para cá e cuidei de seus ferimentos que foram muitos e você me deu muito trabalho porque não parava de se mexer e dizer coisas desconexas.

O homem deu um sorriso sem graça e coçou a cabeça desconcertado com a sinceridade do outro, mas não ofendido. Gaara não parecia querer o magoar, na realidade parecia fazer apenas constatações sem a intenção de ofender.

—Desculpe. -pediu. -—Minha mãe sempre disse que o trabalho que não dou acordado eu dou em dobro quando estou doente ou bêbado. -riu fracamente. —Realmente não me lembro de nada disso.

—Do que se lembra então?

—Sou filho de comerciantes de tapeçaria, meus pais confeccionam as peças e eu vendo. Como são peças caras, só as fazemos por encomenda  aos nobres. -explicou calmamente. —Naquele dia, estava indo entregar uma destas peças.

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