07.

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Pov Arizona.

Acordei antes que Timothy pudesse despertar do seu sono. Hoje eu tiraria o dia só para nós dois.

Eu não tenho o costume de fazer minhas refeições acompanhada do meu filho, nossos horários não batem. Quando ele está indo para escola, eu já estou trabalhando, e no fim do dia se dêmos sorte nos vemos.

Coloco os ingredientes do hambúrguer assado na bancada e o preparo para depois levar ao forno. Olho o bolo que estava no outro forno e estava no ponto de ser retirado. Preparo outras besteiras para comermos no parque e monto a cesta com as comidas.

Subo no sótão e pego algumas coisinhas que acho que serão necessárias e coloco em uma bolso ao lado da cesta na sala.

Já higienizada e arrumada eu esperava apenas Timothy descer pronto. Eu deixei uma carta ao seu lado na cama para quando acordar ver.

— Bom dia, mãe. - fala ao descer as escadas. — É muito cedo, são nem 07:00 horas, tem certeza que quer ir mesmo?

Ele estava vestindo um bermuda de moletom da cor bege e uma blusa cinza. Um homenzinho.

— Tenho, querido. Vai ser divertido, hum? - ele sorrir e se aproxima. — Vamos então? Me ajuda a levar as coisas pro carro. - peço.

[...]

Estaciono e saímos do carro. Não era qualquer parque, era o melhor parque que eu ia na adolescência. Ele é afastado da movimentação louca da cidade e raras as vezes que tem muitas pessoas nele. Era comum ver casais de todos os tipos aqui se beijando, um dos motivos por idosos e adultos não frequentar é esse. Estendo o pano no gramado.

— É uma... - o interrompo.

— Sim. Na adolescência ela sempre estava comigo. - me refiro ao pano da bandeira lgbtqi+.

— Você não tinha vergonha? - pergunta sem jeito.

— Claro que não. Depois que me aceitei do jeito que eu sou, eu não tinha vergonha de mostrar para as pessoas quem era Arizona Robbins.

— Espero ter isso também. - sorrimos fechados.

Terminamos de montar o piquenique e nos sentamos no pano.

— Sabe o que mais me deu força na minha aceitação?

— Seus amigos?

— Meus pais. - sorrio ao lembrar dos meus falecidos e maravilhosos pais. — Um casal hétero, criado em uma realidade totalmente homofóbica. Eu tive medo, muito. Mas sabe o que eles falaram para mim quando eu me assumi? - negou com a cabeça.

E nesse momento me toquei que nunca havia parado para falar dos meus pais para meu filho.

— Eles me abraçaram e me apoiaram falando que estariam ao meu lado e que me amavam do jeito que eu era.

— Você não fala sobre eles... eles parecem ter sido ótimos pais.

— Prometo que vou falar mais sobre eles. Mas agora você vai me contar quem é o menino. - o olho dando apoio.

— Como você sabe que tem alguém? - falou surpreso.

Apenas o olhei como se dissesse " eu te conheço".

— Ele se chama Bryan, era de outra escola, esse ano que ele se matriculou na escola. Era um trabalho em dupla, a professora montou as duplas e a gente acabou sendo uma. Fizemos o trabalho na sorveteria, foi tão legal e divertido ao lado dele... e quando estávamos indo embora rolou um clima e foi incrível o beijo. - sorriu ao lembrar.

— Quero um dia poder conhecê-lo.

— Sério? - assenti. Ele sorriu.

Começamos conversar sem parar, papo vinha papo ia e foi só quando meu celular tocou que eu vi que já se passavam das 08:00.

All out of lustOnde histórias criam vida. Descubra agora