28.

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Aquele sorriso no rosto da loira era inegável e o motivo tinha nome e sobrenome, Calliope Torres. Callie estava dando mole pra ela? Não. Estava sendo amorosa? Não, mas estava respondendo as suas mensagens e isso significava que já não estava mais bloqueada. Eram mensagens formais? Sim, mas só o simples fato de que a morena estava respondendo coisas sobre o bebê já lhe agradava.

— Humm... - Bryan a provoca. — Cheia dos contatinhos né dona Arizona?

— O que? - desviou a atenção do celular para o filho.

— Eu conheço esse sorriso bobo.

— Que sorriso?

— Esse no seu rosto. - riu. — Mãe, vou indo. - se despediu. — Só mais uma coisa... cuidado pra não babar.

[...]

A ansiedade da Arizona foi tanto que chegou na clínica meia hora antes do combinado. Passou os minutos ansiando e imaginando a chegada da latina. Quando por fim a outra mulher chegou, não foi como imaginava. Não é porque Calliope permitiu Arizona de volta na sua vida ( por causa do bebê ) que ela estaria a mil sorrisos para a loira, afinal, não havia esquecido o mal que a Robbins a fez. Então, apenas respondeu o "oi" da mais velha e se calou até que chegasse a sua hora de ser atendida.

Não demorou para que fosse chamada, fez a consulta normalmente. Para Torres foi comum, mas para Robbins que não havia ido em nenhuma, estava perdida e toda confusa. Pensava que apenas iria ver os seus filhos no ultrassom. Mas quando finalmente chegou na parte do ultrassom, foi uma sensação nova até para a Callie que já havia passado por isso anteriormente. Só que dessa vez é diferente, ouvia os corações de seus bebês batendo tendo e ao seu lado alguém. Alguém segurando a sua mão, não estava sozinha. Quando as bolas pretas de seus olhos se encontraram com os azuis da outra, ambos os olhos se encheram de lágrimas. Aquela sensação do contato dos olhos e ao fundo o som dos corações.

— Está tudo bem com os bebês, mamães! Crescendo saudáveis e fortes. - disse a médica, limpando a barriga do gel. — Callie, o resultado do sexo dos bebês já saiu. Gostariam de saber?

Se entreolharam, ainda com os olhos emocionados, assentindo.

Caminharam para a mesa do consultório, a médica tirou um envelope da pasta "C", que obtia os sexos dos bebês.

Nesse momento, o sentimento de amor maternal falou mais alto do que qualquer outro desentendimento entre elas. A mão de Calle se cruzou com a da Arizona, transpirando e misturando o suor de ambas.

— Parabéns mamães, são duas meninas.

Em uma explosão de emoções, seus corpos precisavam um do outro. Se encontraram em um abraço, onde ambas sorriram com os olhos lacrimejando de felicidades.

[...]

Na saída da clínica, Arizona insistiu que pudesse levar Callie em casa. Com muita insistência e argumentos do tipo: "Se eu estou com carro, não têm porque você ir de táxi. É perigoso". Mas não foi essa carona que abriu portas para a reaproximação.

— Tudo bem se eu entrasse? - perguntou, nervosa.

— Pra falar a verdade, não. Tenho uma visita na daqui a pouco, quero descansar. Deixa pra próxima.

Robbins engoliu em seco e apenas assentiu se sentindo uma tola.

Quem ela iria receber?

Seria um pouco estranho se ela ficasse estacionada do outro lado da rua até ver essa tal visita chegar? Foi o que ela fez, ficou cerca de três horas esperando até que viu novamente a mulher ruiva do outro dia. Se mordeu por dentro vendo a intimidade entre as duas mulheres.

All out of lustOnde histórias criam vida. Descubra agora