19.

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Uma noite antes|
Pov Calliope

A olha e reprimo um riso ao vê-la parecendo uma criança com a boca toda suja de brigadeiro

— Hum. - coço a garganta.

Arizona paralisa no mesmo instante, levanta as mãos e se vira para mim.

— Eu sou inocente. Juro.

Aqueles olhos idênticos de uma garota de oito anos  sendo pega assaltando a geladeira de madrugada.

Me aproximo em passos lentos, lançando meu olhar de assassinato e vendo-a ir para trás até bater contra a parede

— O doce caiu sem querer na minha boca.

— É? Que coincidência, o doce do nosso casamento o qual você estava de olho desde a hora que viu, foi parar na sua boca?

— Sim, mágica existe e essa é a prova.

Paro centímetros de sua pele.

— Não tem jeito com você. — lambo o canto da sua boca que estava sujo. — Humm, que delicioso.

Arizona segura possessiva na minha cintura trocando nossos lados.

— São uma hora da manhã, se continuar me lambendo assim, amanhã no nosso casamento você estará indisposta. — beijou meu pescoço e saiu em direção ao quarto.

Entro no quarto minutos depois dela, a procuro mas não encontro.

— Já somos grandinhas pra brincar desse joguinho. - altero minha voz.

Um som de choro fica audível no lugar, sigo o barulho e entro no seu closet a encontrando com a cabeça entre as pernas segurando uma fotografia.

— Ei, o que foi? — me simpatizo sentando do seu lado.

Sua cabeça se escora em meu ombro, naturalmente minha mão à acaricia. Ficamos naquela posição por bastante tempo até a foto cair de seu colo e eu conseguir ver a pessoa fotografada.

Carina era linda. Seus traços fortes e meigos ficavam perfeitos com o sorriso gigante dela.

Tento me portar como segundos atrás mas ela me olha e o seu olhar é como bloqueio para meu fingimento.

— E-eu preciso ir no banheiro.

Sua mão me impede de levantar.

— Carina foi a mulher que eu mais amei por anos.

— Eu sei que sim, mas falar agora?

Não era ciúmes que eu sintia. Carina foi a mulher que Robbins mais amou. Eu tenho medo de que ela no fundo não superou nem a morte, nem a traição da falecida. Eu tenho medo de ser uma atração em meio de tanto amor.

— Eu preciso. — ela me olha implorando para ficar. Sento novamente. — Eu era virgem de amor, não conhecia muito da vida e nem de relacionamentos. Dei tudo de mim pra ela, e quando soube que ela estava grávida me revirei toda pra tá sempre do lado dela. Aquele filho eu esperei com todo amor e carinho, eu queria ser a melhor mãe desse mundo. Carina me apresentou um amor que nunca conheci e com esse amor também conheci uma dor que me destruiu. Naquela maldita noite em diante eu fui a pior mãe desse mundo pro filho que eu amo tanto, eu não conseguia não olhar pra ele e lembrar da mãe na cama com outra  e do acidente. Eu me tornei uma pedra em pessoa, até chegar você e me trazer de volta à vida. Obrigada por isso, ninguém aguentava o meu humor.

Ela dá uma pausa, suspira e me olha.

— Eu sei que você esconde algo, eu até contratei alguém pra saber o que esconde. Mas eu não quero que isso acabe, seja o que for deixe bem escondido de mim.

All out of lustOnde histórias criam vida. Descubra agora