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Pov narrador

As eleições estavam próximas, faltando menos de cinco meses. Se antes Arizona ficava trancada em seu escritório, agora é que não saía nem para se alimentar. Ela estava empenhada, vencer essa eleição significava bem mais para a loira.
Desde criança ela tinha o sonho de mudar o mundo, só não sabia como. Ser eleita a prefeita não faria com que o mundo mudasse, mas seria um começo ao menos. Às vezes, ao beirar a madrugada, quando seu mais novo acessor não estava presente, ela recorria há sua esposa. Passavam horas e horas trancadas naquele escritório discutindo pautas de sua campanha. Naqueles instantes elas entravam em paz, conversavam sem brigas. O que era irônico, já que no segundo que se encontravam no dia seguinte tudo mudava.

É loucura! Era como se vivessem duas vidas ao longo do dia.

— Tim, preciso desligar, querido. Em breve te retornou. Eu te amo filho. - Robbins desligava a chamada apressada ao notar Amélia entrar em seu escritório furiosa.

— Ah, achei você! - exclamou irônica. — Quem você pensa que é? - colocou as duas mãos na cintura afrontando.

— Oras, Ariz-

— Para machucar o coração de minha prima? Perdão, estou falando com a rainha do país. Devo ser mais gentil, não é mesmo? -  zombou gesticulando.

Robbins começa a perder o pingo de paciência que ainda lhe restava.

Saindo da garagem após estacionar o carro, Callie adentrava em casa ouvindo vozes das duas à gritos.

—  Vai embora!

— Qual é, não gosta de ouvir verdades? Fere o seu ego?

— Se você não sair agora, eu vou te expulsar na base de pontapés.

—  Amélia, por favor... - pediu temendo que a prima falasse o que não devia.

— Não, Callie. Ela tem que entender que você não é brinquedo para ficar quebrando seu coração de dia e de madrugada encher seu coração de esperanças.

Callie olhava para prima, em súplica que calasse a boca. Já era difícil toda essa situação e não precisava passar por uma humilhação - apesar das intenções serem boa.

— Você a usa. Tanto para satisfazer seus desejos carnais, quanto para pessoais. Sem nem se importar com os sentimentos dela. Ela errou, e não teve um dia que tentou conseguir seu perdão. Mas já chega de castiga-lá. Se não a ama a deixe ir.

A loira abriu a boca para falar mas a morena alterada não deixou.

—  Bla bla bla. Contrato ali, contrato aqui. Admita que não a deixa ir por simplesmente amá-la.

— Você deveria está em um manicômio, sabia?

— Diga para ela Callie, diga que est-

—  CALA A BOCA, DROGA! - gritou alterada recebendo a atenção das duas para si. — Por favor, vai embora.

— Eu vou, já fiz a minha parte como amiga e prima.

Saiu pela porta, aliviada de ter feito o seu dever como amiga.

O clima naquela parte da mansão ficou tenso. Nenhuma teve a coragem de dizer ou fazer algo além de trocarem olhares.

Aquela tensão toda estava deixando a latina com tontura. Se apoiou na parede tentando se manter em pé. Sua visão ficando cada vez mais escura.

— Você está bem, Calliope?

Callie assentiu se sentindo cada vez mais indisposta de continuar em pé. 

Seus pés falharam junto ao corpo, pela agilidade da esposa ela não caiu no chão.

Os braços firmes da loira, pegam a morena. Trajando um caminho até a cozinha onde é colocado sal de baixo da língua para recordar.

— Vamos, acorde meu amor.

Acariciou a pele bronzeada e deixou um beijo na testa.

Callie foi recordando as conciencia.

— Se sente melhor?

— É... sim.

— Podemos conversar?

Torres suspirou imaginando do que se trata a conversa.

— Diga.

— Tudo que a Amélia falou é verdade?

Torres não tinha escapatória, a não ser que fingisse um desmaio.

— Calliope? Vou te levar ao médico.

— Não! - falou apressada. — Eu estou bem, foi só uma queda de pressão.

— Nos últimos dez minutos você desmaiou duas vezes, não é normal.

— É sério, já estou bem. - percebendo o momento, achou apropriado para a conversa que vem prolongando. — Preciso conversar com você.

— Pode falar.

— Eu só preciso pegar algo antes. - disse saindo do cômodo e indo pra seu quarto.

Não demorou muito para a latina voltar, mas dessa vez com um envelope em mãos.

— O que é isso?

Calliope engoliu em seco.

— Não sei como falar... - falou nervosa.

— Tenta.

— Toma. - ergueu o envelope.

— O que é isso?

— É um exame de sangue.

— Você tá doente?

— Não, tô grávida mesmo.

Arizona se levantou neurótica e abriu o envelope imediatamente conferindo o óbvio.

— Eu também fui pega de surpresa. - se defendeu a latina.

— Callie, você não disse que estava tomando cuidado?

— Estava... mas acho que falhou, né?!  Eu nem sonhava que eu pudesse engravidar por causa daquela noite na lua de mel.

— Então, você já está com quase 8 semanas de gravidez... - racionou — Por que você escolheu justamente essa forma para me contar que vou ser mãe? 

— Eu não queria que você achasse que eu tô mentindo. - abaixou o olhar tristemente. — O que vamos fazer?

— Não sei, estou muito confusa.

Callie sentiu uma pontada no peito. Não era essa a resposta que esperava. Essa confusão significava outra coisa para a mais nova: Sua esposa estava confusa, não sabia se queria ou não essa criança?

— Você quer esse filho?

— Não sei ainda.

— Pra você tanto faz se eu vou ter um filho seu?

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Eu marcando presença uma vez no mês. Bye bye, até daqui um mês 👋🏻

All out of lustOnde histórias criam vida. Descubra agora