All out of lust

18.

SEM REVISÃO!!

Pov Callie

A tela do notebook iluminava a pele branca de Arizona, seus olhos com o pingo de luz se destacavam sem nem ao menos piscar viaciados no conteúdo. Me viro na cama pela terceira vez naquela noite. Meus pensamentos são como água fervente, com milhares de bolhas  ae fervendo. Encaro o teto respirando pesadamente e me contentando com as tentativas falhas de afastar meus pensamentos.

As coisas estão indo tão bem, que desconfio da possibilidade de algo acontecer e levar a minha felicidade embora. Eu vou entrar em um casamento, que deveria ser de fachada, apenas um contrato. Um contrato que não vale mais nada, Arizona e eu parecemos um casal que namora a anos. Enquanto parecemos, não sabemos o que somos. O que afinal somos?

Noivas que estão namorando?

Noivas que estão ficando?

Noivas que se gostam?

A olho novamente, sua face tão suave e bela, que anda por aí intimidando pessoas a todo segundo. Como era possível quando ela está comigo ser tão diferente quando está em público? Por fontes confiáveis, eu sei que ela costumava ser assim até a morte de Carina, depois ela passou a ser a Arizona que todos prezam. Nem com seu próprio filho ela era amorosa.

E, de repente uma vaga conversa que tive com  Amélia essa semana me invade. Estávamos tomando banho de sol, seus olhos tinham um brilho que a muito não existia. De todas as coisas que foram ditas na nossa conversa,

" O amor muda tudo.
   Ele nos muda."

O amor que eu conheci me mudou, mas não como gostaria, conheci outro lado meu que nem sabia que existia. O mesmo aconteceu com Arizona.

E se tudo der errado entre nós e mais uma vez despertamos lados sombrios nossos?

Meus olhos direcionam a atenção diretamente para sua boca, ansiando pelo contato dela.

Quero beija-la enquanto estiver em seus braços. Enquanto estiver em seu braço me sentirei bem.

Me arrasto ficando do seu lado, sem esperar nada em troca, sentir o calor do seu corpo é o suficiente.

O notebook é posto na mesinha, sinto seu olhar cair em mim e em seguida seu braço passando por trás da minha nuca. Beija meu cabelo.

— Tá pensativa, quer dividir?

"Sim" era o que eu queria dizer, mas todos esses pensamentos só iria deixarmos mais estressadas. Então, digo não.

— Em menos de 74 horas nos casamos, e depois teremos a nossa lua de mel.

— E depois voltamos para casa e vivemos na rotina de sempre.

— De sempre não, estaremos com uma aliança de CASAMENTO.

— E com  uma aliança de cansamento.

Rimos. Conversamos por minutos até pegarmos no sono.

[...]

Se eu tivesse um caderno de regras para vida, com certeza anotaria para nunca aceitar almoçar com dois adolescentes incríveis e a minha tia megera. É como se eu estivesse voltado para os meus 17 anos e tinha que conviver com ela. Talvez se ela não fosse tão... tão ela, seria suportável a sua pessoa.

Desde que cheguei, há 30 minutos atrás, ela já ofendeu o próprio filho inúmeras vezes. A típica mãe que "aceita" o filho como é, mas a todo segundo o apedreja. Tenho dó de Bryan.

— Já ia me esquecendo, o convite para o casamento venho apenas para Bryan, sua equipe incompetentemente cometeu úmero gravíssimo!!

— Não tia. Mas em todos os meus anos de vida você dizia como era vergonhoso para você ter uma sobrinha "desviada", achei que não iria querer ir.