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POV CALLIOPE

Já faz um mês desde que Arizona abaixou a guarda e adormeceu em meus braços. Depois disso ela venho me dando um gelo por completo, menos nas outras três vezes que transamos. Até que há alguns dias eu parei de implorar por sua atenção. Eu havia tentado de tudo para conseguir seu perdão, mas já tinha chegado ao meu limite de humilhação. Dormimos em quartos separados desde que eu havia desistido de nós. Moramos na mesma casa, fazemos refeições juntas, pousamos para fotos, vamos à jantares de negócios juntas, transamos às vezes, mas não nos falamos. Temos uma vida de farsa. E para ser sincera, essa situação é horrível. Por mim já teria ido embora se não fosse o maldito contrato que nos prende nessa situação atordoante. Não à culpo por não conseguir me perdoar, e tão menos me culpo pelo que fiz. Mas é injusto pessoas serem julgadas por uma atitude errada. Segundas chances nao existem á toa.

Ela passa metade do dia no escritório trabalhando em sua campanha com seu mais novo braço direito, Alex Karev, e o resto do tempo que sobra ela vai em reuniões.

Mark ficou bem triste quando soube que Arizona tinha um novo agente, e pior ainda, amigo.

Tim liga duas vezes ao dia, uma ligação direcionada a Arizona e outra à mim. Ele sempre me diz para voltar a insistir mas sempre nego. O amor não deve ser implorado, deve ser dado. Uma frase que ele me disse mais cedo ficou na minha cabeça;
"Se tudo der certo por aqui, eu volto em poucos dias"

Der certo o que?

Estava descendo as escadas quando Rita, a nova funcionária, me abordou.

— Senhora Robbins...

— Torres. - a corrijo.

— Sim, perdoe-me. A senhora Robbins me pediu para avisa-la que está em sua espera no carro.

Entro no carro e me assusto quando ela fala. Cansou de me ignorar Robbins? - penso.

— Essa reunião é na casa do atual prefeito da cidade, tente não falar nada que possa me queimar. O apoio dele será fundamental para a minha campanha.

Concordo sem falar nada.

O caminho foi repleto em silencio, nada de diferente. Já de costume Arizona me apresentou como se fossemos o casal mais apaixonado que poderia existir. Me esbanjou como sempre fazia. Se eles soubessem...

Estávamos em uma mesa junto com outras pessoas importantes, as quais Arizona se juntou para falar de assuntos de seus interesses em comum - política - Já fazia algumas horas que haviamos chegado, e estavamos longe de ir embora, estava apertada para usar o banheiro.

— Querida, vou ao banheiro.

Estava combinado de nos tratar carinhosamente em lugares publicos, mesmo que ninguém pudesse nos ver ou ouvir, para manter as aparências.

— Precisa que eu te acompanhe, amor?

Nego indo em direção ao banheiro.

Me sinto sendo observada enquanto lavo minhas maos no banheiro, olho pelo espelho e é uma mulher ruiva alta.

— Perdão, você é a Calliope, certo?

— Sim, sou eu, por que?

— Me mandaram entregar isso. - me entrega um envelope branco.

— Quem?

Ela não responde, sai do banheiro apressada. Vou atrás dela mas some da minha vista. Alongo meu pescoço tentando achar novamente a mulher no meio de todas aquelas pessoas.

Uma mão repousa por minha cintura. Tomo um susto mas ao sentir o cheiro de Arizona me tranquilizo.

— Sorria que estamos sendo observadas. - se refere aos fotógrafos. — Voltou do banheiro diferente, aconteceu algo que eu deva saber?

All out of lustOnde histórias criam vida. Descubra agora