21.

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Pov narrador

Calliope não teve tempo de ter um raciocínio, Arizona a olhava furiosa. A loira fincou seus dedos em sua pele se segurando para não sair do controle e fazer alguma besteira que não faria com sanidade. Seu sangue fervia cada vez mais que olhava para a morena.

— Arruma suas coisas, vamos voltar agora!

— O que aconteceu, Arizona? - pergunta tentando aproximidade.

Robbins corta a proximidade entre elas.

— Arruma suas coisas. - repetiu sem esboçar nenhum sentimento.

Para Callie aquele gelo com que sua esposa estava a tratando era pior do que se estivesse sendo tratada à murros, pelo menos teria algum sentimento vindo da mulher. Isso significaria algo, né?

Robbins estava no closet da suíte fazendo sua mala, enquanto Callie se perdeu em lembranças da noite que Arizona tomou posse de seu corpo naquela cama. Vários pensamentos passavam por sua cabeça, se questionava em como deixou as coisas irem para um caminho ruim, em como perdeu o carinho da sua amada.

Arizona com sua mala foi em direção à saída, nem olhou para a morena. Virada para porta disse com seu tom frio:

— Estarei te esperando no carro. Se em 15 minutos não descer ficará para trás.

A porta se fechou.

Torres balançou a cabeça afastando todos os seus pensamentos e organizando sua mala que não tinha muitas roupas de fora, bastou cerca de sete minutos para deixar a suíte do hotel.

O percurso até o aeroporto foi em silêncio total, assim como no vôo também.

Callie tinha vontade de perguntar quem era a ruiva que estava acompanhada de Arizona e o que a mulher significava para ela. Havia um certo medo de que nessas poucas horas de bagunça entre elas fossem o necessário para encontrar outro amor. Ainda havia esperanças de que pudessem voltar como eram.

[...]

A viagem foi longa e cansativa, chegaram no meio da madrugada, Arizona que tinha pressa em falar com o filho desistiu ao ver o mesmo dormir. Se lembrou do quão baixa Torres foi ao dá informações sobre o que aconteceu no passado entre Carina e ela. Para loira era importante que seu filho tivesse a melhor imagem da mãe, era como se assim ela estivesse pagando o preço por não ter sido presente na vida  de seu único filho. Não era apenas esse motivo, achava justo que seu filho  tivesse só pensamentos bons sobre a falecida mãe. O que não seria mentira, pois antes do desastre Carina era como as poucas vezes que ela contava para o filho.

Robbins passou por seu quarto, a porta estava aberta e sem nem ao menos entrar viu Calliope. Desceu para sala para evitar encontrar a mesma, acabou pegando no sono ali mesmo.

A morena se sentou em sua cama, a qual nem tem à certeza que ainda terá o seu lado, e suspirou fundo segurando as teimosas lágrimas que precisavam descer. Sua vida parecia um jogo de computador, aquele que a criança escolhe o próximo passo dos personagens, mas com a diferença que sua criança era muita má e se divertia vendo ela se ferrar na vida. E sem dúvidas, ele estava gostando de fazer altos e baixos com a pobre da Calliope. Um dia ela estava determinada a fazer de tudo para ter o seu tão sonhado luxo novamente, no outro ela se encontra presa em seu próprio golpe prestes a casar com o alvo, e no outro está se afundando em lágrimas por amor.

Respirou firme olhando para o teto no mesmo instante que suas mãos descontavam sua insatisfação no lençol, uma maneira de impedir que as lágrimas viessem a tona a qual falhou. As lágrimas derrubaram as barreiras que as impediam de se libertarem, vieram como lava de um vulcão, em um ritmo dos carros da fórmula 1 e na intensidade da maré ao anoitecer. Suas lágrimas eram tudo que estava sentindo e guardando.

All out of lustOnde histórias criam vida. Descubra agora