— Opa, opa, opa, espera um minuto ai! – Diz Stiles balançado os braços indo em direção ao Peter. –Você não pode soltar um enigma assim tipo uma esfinge e sair andando numa boa. Acho que isso é de família, quase deixei escapar.
— Você.. você que dizer que ela pode estar.. Viva?? — Minha voz falha me denunciou, mostrando como eu estava sem chão com aquela noticia. Tentando raciocinar, continuei. —Isso não pode ser... eu posso não ter ido a cemitério mas eu vi o atestado de óbito dela! Ela se suicidou! E se ela estivesse viva minha avó teria me contado... — disse um pouco mais alto do que eu gostaria, com um pouco de lucidez.
— Você realmente acredita naqueles médicos especializados daquele manicômio caindo aos pedaços... – Diz Peter soltando um riso alto. — Afinal você não é tão esperta quanto imaginei... quer saber foi ate bom ter rompido esse trato ridículo — disse ele sendo um pouco mais ríspido. — Você não é capaz de reconhecer A PRÓPRIA MÃE se estivesse diante de você, como eu podia imaginar que você fosse capaz de ...
Peter não terminou de falar porque eu simplesmente não deixei. Uma onda de raiva tomou conta de mim, não sei de que eu estava com mais raiva se era dele ou de mim mesma. Estava com emocional todo ferrado, quero dizer ele acha que é bom ficar zoando com a minha cara? Não vou deixar ele simplesmente sair impune.
Com a minha mente e meus olhos focados nele só foi necessário pensar no que eu queria que acontecesse e numa palavra, que a magia acontecia. Um grande redemoinho surgiu em volta dele o fazendo sair do chão e começar a se sufocar.
— O que você... ta fazen... com.. — começou a tossir
Estiquei o braço direito ordenando que o vento mudasse de direção e assim o empurrei contra a parede. Não chegou atravessar, mas fez um belo estrago. Assim como toda a ala veterinária. Ao meu redor pude sentir os olhos de todos os garotos em mim, sabia que estavam um pouco chocados com o que via, menos Derek e Isaac que já tinham presenciado meus pequenos surtos de falta de controle.
— Não diga o que sou ou não capaz de fazer— disse com a voz firme. — E não pense que vou deixar você falar assim da MINHA MÃE desse jeito!
— Cassi, calma... assim não vai resolver nada. — ouvi uma voz familiar. —É o Peter, você não pode confiar em tudo que ele diz. – Percebi que a voz vinha do Scott.
— Ela ta morta! MORTA OK! — gritei para todos ouvirem. Quanto mais eu ia falando alto, mais eu ia forçando Peter contra a parede, fazendo com que ele começasse a se contorcer tentando achar uma saída. Podia sentir as lágrimas começando a saírem de meus olhos sem minha permissão.
— Eu sei.. todos nós sabemos – Dessa vez foi Derek que falou, colocando a mão em meu ombro. — E se estivesse viva tenho certeza que estaria com você... não deixe ele entrar na sua mente. — disse com a voz serena.
Virei meu rosto para encará-lo e voltei para Peter, que ainda estava contra parede, mais um pouco e o atiraria para o outro lado da parede. O que estou fazendo? Derek está certo, não posso deixar esse lunático entrar na minha cabeça. Disse para mim mesma.
Fechei meus olhos e tentei me concentrar para fazer a rajada de vento parar mas só conseguia lembrar do que aquele lobisomem ridículo falou sobre mim... o pior que era verdade, eu era uma péssima filha...desde que eu cheguei não fui visitar o tumulo dos meus pais, nem a nossa antiga casa. Que ódio, tive tanto trabalho para desligar o meu emocional em relação a isso e colocar trancado em quatro paredes, que Peter com um simples comentário conseguiu provocar uma rachadura enorme nela. Não consegui me conter.
E ai que a coisa toda piorou.
Virei minha cabeça novamente para Derek disse:
— Desculpa, mas eu não consigo parar... — coloquei as duas mãos na cabeça, Peter caiu no chão e tentou respirar, mas não conseguia ninguém conseguia, porque o que antes era uma rachada de vento que estava no meu controle e focado somente no Peter, agora estava fora do meu controle e estava na sala toda quebrando vidros, movendo as mesas, cadeiras enfim fazendo com que tudo voasse e eles perdessem o ar. Era um redemoinho e eu estava no meio. Me agachei e comecei a gritar.
— Cassie!! —ouvi Isaac gritar, seguido dos outros.
— NAO CONSIGO PARAR – disse mais alto— MINHA CABEÇA... PARECE QUE VAI EXPLODIR?!
— Esquec.. peter... foca em...— disse Derek que estava ainda do meu lado tentando se segurar em mim.
Pude ver Stiles se agachando tentando recuperar o seu fôlego e pude ver Scott agarrando o amigo para ambos não serem puxados pelo vento.
— Não da...minha mãe.. — foi o que eu consegui dizer.
— ELA MORREU! ESQUECE ISSO, SE NÃO NÓS TAMBEM VAMOS MORR... —óbvio que Derek estava tentando reunir o máximo de fôlego possível.
— MANTENHA O CONTROLE...LEMBRE- SE DO QUE SUA AVÓ TE ENSINOU — ouvi Scott dizer com certa dificuldade .
Nana, ela ficaria furiosa me vendo perder o controle desse jeito. Iria dizer: "você que tem o controle ou o seu poder que controla você? Trate de se recompor mocinha." Estava colocando todos que me importava em perigo. Eles estão certos. Suspirei. Tentando apagar tudo da minha mente. Levantei tentando manter o equilíbrio, levantei os braços e disse:
— virtus reditus, sum in domo! virtus reditus, sum in domo!
Finalmente fez efeito, comecei a sugar concentrando o poder do vento nas mãos, quando finalmente parou o vento, tudo ficou quieto, olhei ao meu redor meio tonta e todos pareciam vivos, meio desequilibrados, mas vivos.
Minha visão estava ficando ainda mais turva, antes de apagar pude ouvir Stiles falando.
— Uau! Bom pelo menos sabemos que ela consegue tirar o fôlego dos garotos.
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Bloodline
Teen FictionBeacon Hills. Não acredito que estou voltando para cá depois de 6 anos. Depois de toda minha vida ter virado de cabeça para baixo. Quando a minha avó morreu, precisei voltar para a cidade para morar com meu primo Scott e minha tia Melissa McCall. Cl...