CAPÍTULO 31

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Bom, por onde começo?

Minha avó era conhecida com um tipo curandeira no bairro dela, então todas as pessoas que tinham algum problema que não era possível ser resolvido em hospitais, ou quando não obtinham o resultado esperado do médicos, procuravam a minha avó que é claro resolvia o problema na hora, quando era possível.

Um tempo atrás, e com isso quero dizer muito tempo atrás, na época em que meus pais ainda estavam vivos, fui passar um final de semana na casa dela, vovó me levou em uma de suas consultas, seja lá como ela chamava aquilo, enfim a pessoa que ela foi ver estava inconsciente que nem a Allison. A mulher estava em um tipo de transe mental, que os médicos chamariam de coma, mas na verdade era muito pior que isso, ela foi ferida por um tipo específico de arma sobrenatural que é como um veneno quase sempre fatal para os humanos.

Como se isso já não parecesse ruim, esse transe mental dela se dava porque ela estava presa no submundo, podemos dizer que é lugar para onde os sobrenaturais vão quando morrem, gosto de pensar que são apenas os malvados... Pensar em Scott, Isaac, até mesmo o Derek condenados a esse destino me dá calafrios.

Enfim, quanto mais tempo ela passava dormindo, mais difícil ficava para acorda-la, pois sua alma a cada dia se tornava mais presa aquele lugar. O que levaria se vovó não tivesse feito nada, a sua morte.

Depois de ter achado o grimório e ter comemorado bastante folheando ele com um olhar de bobona. Lembrei-me das coisas que precisava fazer e contar essa história para a Lydia foi à primeira coisa.

Eu não estava mentindo quando disse que Allison estava dormindo, mas as coisas não são tão simples quanto deixei parecer. A poção que eu dei vai deixa-la mais forte para quando eu fizer o feitiço, mas não dá garantias que Allison sobreviva ao processo.

O único problema é que tenho certeza que ninguém irá gostar do que estou preste a fazer, principalmente dos riscos, sendo bem honesta, nem eu gosto, mas é o único jeito que tenho de trazer essa garota de volta e de ainda tirar uma dúvida que esta na minha cabeça há algum tempo.

— Eu sabia que você estava escondendo alguma coisa! — Disse se controlando para não gritar no meio do hospital. Estamos no corredor e varias pessoas circulam de um lado para o outro, ela não pode falar dos nossos assuntos altos nem que quisesse.

— Eu não queria te dar falsas esperanças. Queria confirmar que o feitiço estava aqui. — Falei com o livro nas mãos.

— Tudo bem, eu entendo...sua avó conseguiu ajudar essa mulher?

— Bom acho que sim,

— Você ACHA?

— Não fiquei para ver o resultado, eu era muito pequena e minha avó não achava que era o momento de eu ter esse tipo de coisa na cabeça. Porém alguns meses depois em que voltei a visitar minha avó, encontrei uma mulher parecida com aquela e vovó me contou que tinha ajudado a salvar mais uma pessoa.

— Eu entendo— Responde com um olhar distante que fazia parecer que apesar da resposta ela na verdade não tinha entendido nada, já estou começando a me acostumar com isso. — Do que você vai precisar?

— Na verdade, a parte dos ingredientes é fácil só são basicamente dois e já os tenho aqui comigo. — Balanço a mochila para indicar que estão nela. – E o que aprendi com a vovó é que na maioria das vezes em que um feitiço requer pouco ingrediente é porque tem 99% de ele ser mais complicado de se fazer, pois é mais poderoso...

— E com isso você quer dizer perigoso? — Lydia respondeu começando a me entender.

— Bom por isso que no momento a única coisa que preciso de você é do seu apoio, pois as coisas vão ficar feias e preciso que você esteja 100% de acordo com que eu vou fazer.

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