Capitulo Um🥀

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                   ● Daphne Martin

   Hospital psiquiátrico Franco Basaglia. Esse era o nome do hospital, para qual eu estava sendo transferida. Já faz algumas horas que estou dentro desse carro, com o enfermeiro rabugento que se quer falou alguma palavra durante todo o caminho. Era melhor assim de qualquer modo, odiava contato com homens mais velhos. Por que não podia ter sido uma enfermeira mulher a me acompanhar no carro?

   Desperto dos meus pensamentos quando o carro para, levanto a cabeça que estava encostada na janela, e observo o lado de fora. Consigo ver um portão de ferro sendo aberto, cercado por um muro, nem tão grande, com cercas elétricas certamente. O carro atravessa o portão, e em frente a uma porta tinha três pessoas, uma mulher — a diretora, provavelmente — que não devia passar dos cinquenta ou sessenta anos, e ao seu lado direito tinha uma enfermeira que eu daria uns vinte e cinco anos e do lado esquerdo da senhora tinha um homem, de feição carrancuda — que eu torço para que não seja uma versão masculina de Matilde.

   O carro para, e eu retiro meu sinto, sendo observada pelo enfermeiro à minha frente, a trava da porta é retirada e eu abro dando a visão do céu. O sol está se pondo, dando uma linda visão das cores laranja, amarelo e alguns tons de rosa no céu. Magnífico. Saio do carro, e vejo as três pessoas na minha frente fixar o olhar diretamente para mim e me avaliar, a mulher mais velha anda em minha direção.

— Seja bem vinda, senhorita Martin. Sou Iris, a diretora do hospital que vai lhe abrigar e cuidar de você apartir de agora. — Diz me dando um pequeno sorriso, completamente falso, é claro.

— Obrigada. Sou Daphne Martin, senhora. — Ela me avalia, me sinto julgada e desconfortável, por causa de seus grandes olhos passando por todo o meu rosto e corpo. Que ato mais mal educado e deselegante, não ensinaram modos a essa mulher?

   Iris sai do meu campo de vista indo conversar com o enfermeiro, me deixando ver as outras duas pessoas que estavam à minutos atrás do lado dela.

— Acompanhe ela até o quarto, senhorita Delilah. Seja bem vinda criança, sou Roberto o coordenador do hospital. — Roberto diz, completamente indiferente, e depois vai até o lado da diretora, me deixando sozinha com a enfermeira, que por palavras dele descobri que se chama Delilah. Essa que me olha com um sorriso verdadeiro, a quanto tempo eu não via um sorriso tão puro.

— Me acompanhe, querida. — Ela começa a andar e eu a sigo. Seu sotaque não passa despercebido por mim. Francesa.

— Me desculpe por estar me intrometendo, mas você é francesa? — Pergunto depois de alguns minutos de silêncio, apenas a seguindo pelo corredor.

— Sou sim. Como soube? — Ela me olha inclinando a cabeça para o lado, uma atitude adorável eu diria.

Parce que je suis français aussi. [Por que eu também sou Francesa] — Digo falando minha língua materna, com um sorriso de lado, e vejo ela sorrir também. — Seu sotaque francês não passou despercebido.

— Você é muito esperta e observadora Mon chéri. — Ela ri e eu dou uma risada também.

   Logo estamos em frente a uma porta branca com o número trinta e nove, creio que seja meu quarto. Delilah pega uma chave de seu uniforme e logo destranca a porta, me dando passagem para entrar no quarto, assim que entro vejo uma menina.

   Ela tinha o cabelo em um tom de ruivo, cabelos ondulados na altura dos ombros, ela deve ter a minha idade ou aproximada, a mesma estava sentada e encolhida na cama. Ela está com um olhar assustado, mas logo some dando espaço para um olhar aliviado quando vê a enfermeira ao meu lado, mas se torna confuso quando pousa os seus olhos em mim.

Meu doce anjo caído [FAMÍLIA BELLEROSE]🥀 Onde histórias criam vida. Descubra agora