Capítulo Vinte e sete🥀

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● Daphne Martin ●

Eu sentia tudo em uma intensidade maravilhosa. Sua mão cheia de tatuagens rastejando pela minha cintura, braços e pernas com muita delicadeza, beijos leves na minha bochecha, indo para o maxilar, descendo para o meu pescoço. Nossas mãos estavam fortemente entrelaçadas, enquanto eu mantinha meus olhos fechados, apenas apreciando tudo, com o meu corpo ardendo em chamas de tão quente.

A minha respiração e a de Damon estava totalmente desregulada, e de vez em quando soltamos alguns gemidos de apreciação com os toques.

O ambiente em que estávamos estava quente, queimando como o inferno.

Mas de repente sinto Damon parar os movimentos leves e delicados, os tornando rápidos, violentos e quase como se estivessem desesperados.

- Abra os olhos, Daphne. - Essa voz.

Abro os olhos de modo desesperado, ouvindo o som da voz que me assombrou durante anos, perto do meu ouvido.

O hálito sujo e quente cheirava a álcool.

Fabrício.

Meu tio estava em cima de mim, e agora tudo o que eu poderia sentir era pavor.

Abro meus olhos, outra vez, e percebo que tudo apenas se tratou de um terrível pesadelo.

Me sento na cama rapidamente enquanto olhava tudo ao meu redor. Meu corpo estava suado e tremia violentamente, mesmo com a escuridão que estava no quarto consigo notar alguns arranhões em meus braços, e meus músculos estavam tensos.

Sinto meus olhos se encherem de lágrimas, e os soluços começaram a sair machucando minha garganta. Tento respirar fundo e me acalmar.

- Foi um pesadelo, Daphne. Apenas um pesadelo. Não é real. - Falo baixinho e soluçando tentando me convencer que era uma ilusão da minha cabeça.

Não é real.

Ele não sabe que eu estou livre, não tem como saber.

Foi apenas um pesadelo idiota.

Depois de respirar, soluçar, chorar e sentir os arranhões em meu braço começaram a arder, me levanto sentindo minhas pernas um pouco trêmulas, mas me forço a andar indo em direção a janela, me sentando no sofá.

Afasto um pouco as cortinas, e olho para o céu que estava repleto de estrelas brilhantes.

Mas havia uma que conseguia se destacar de todas, ela era maior, mais brilhante e emanava felicidade.

- Sunny. - Olho para a estrela e sinto lágrimas quentes caírem molhando meu pijama. - Eu sinto tanto a sua falta. Os pesadelos voltaram, estava tudo tão bem, eu me senti acolhida e segura, tinha certeza que estava melhorando, mas eu sonhei com o meu tio de novo.

Me deito sem desgrudar os olhos da estrela.

- Mesmo que eu tente seguir minha vida, ele sempre irá me atormentar e me fazer ficar mal, em toda a situação. - Respiro fundo querendo fechar os olhos, mas com muito medo de rever as imagens dolorosas novamente. - Você iria gostar da Itália, aqui é tão gostoso, as comidas são deliciosas e a família da Lilah e do Damon são incríveis.

Sinto meu peito ser preenchido por uma sensação estranha, porém boa.

Conversar com Sunny - ou com a estrela dela - era reconfortante, eu conseguia senti-la, o coração dela parecia estar batendo em meu peito, me acalmando e me trazendo para a realidade. Conseguia sentir a aura dela me rondando e me fazendo respirar com mais tranquilidade.

Meu doce anjo caído [FAMÍLIA BELLEROSE]🥀 Onde histórias criam vida. Descubra agora