● Daphne Martin ●
Eu estava devastada, e ainda em estado de choque e em negação com tudo que tinha acontecido na noite anterior. Sunny estava morta, ela foi brutalmente assassinada enquanto estávamos no jardim.
Delilah quando me trouxe para a enfermaria, teve que me medicar para que, assim, eu pudesse parar de chorar e dormir, e então quando acordei pensando que tudo isso foi apenas um terrível pesadelo, a realidade caiu como uma bomba em cima de mim.
Como alguém poderia fazer isso com Sunny? Um ser humano doce, que não fazia nada para aborrecer ninguém, uma menina incrível e agradável como ela?
- Vamos Daphne, você precisa se alimentar, não pode ficar mais fraca do que já está. - Lilah levanta a colher tentando me fazer comer alguma coisa, mas estou completamente enjoada e embrulhada e sem apetite algum.
- Não quero, não sinto fome. - Viro meu rosto para o lado contrário dela.
- Não irei te julgar, também estou sem apetite, toda vez que me lembro daquela cena, eu sinto uma espécie de buraco crescer no meu peito. Mas não posso deixar você ficar fraca e com grandes probabilidades de adoecer, agora vamos coma um pouco. - Olho para o prato de sopa - nada apetitoso - que estava no colo de Lilah, suspiro e então como um pouco do liquido meio esverdeado que estava na colher.
Mesmo que eu não estivesse disposta a comer, Delilah tinha razão, eu não poderia de jeito algum ficar doente.
- Eu sei o que está sentindo, acredite, eu já perdi muitas pessoas durante minha vida. - Murmurou, abaixando a colher. - Tem um ditado que minha mãe sempre falava para mim e para as minhas irmãs "as pessoas só verdadeiramente se vão, quando a gente se esquece completamente delas", sendo assim, Sunny só partirá das nossas memórias e corações quando esquecermos dela. Lembre-se que ela está no céu agora, brilhando como uma estrela, nos protegendo e vigiando.
- É muito difícil esquecer o que eu vi naquele maldito quarto, para mim aquela não era Sunny, a doce e alegre menina que eu conheci. - Suspiro e me ajeito melhor na cama. - E pensar que o assassino dela está circulando livremente nesse hospital é mais um motivo para me apavorar.
Ao falar isso, vejo Delilah suspirar e colocar o prato com a sopa na pequena mesa ao lado da maca.
- O assassino dela vai receber o devido karma e a justiça que merece, Daphne. Tem coisas que não se escondem a longo prazo, e a verdade é uma delas. - Acaricia meu cabelo, Lilah falava de um modo tão didático e compreensível que me encantava e me fazia acreditar em suas palavras.
- Eu vou sentir muita falta dela. - Abaixo a cabeça, sentindo lágrimas começarem a cair dos meus olhos.
- Eu sei, mon amour. Mas pense no que eu te falei, não se apegue nas memórias tenebrosas daquela noite, foque nas boas lembranças e nos momentos alegres que vocês tiveram juntas. - Se levanta pegando o prato e colocando na bandeja que tinha perto da porta.
Suspiro e concordo, e então entramos em um silêncio confortável que dura alguns minutos. Olho para o relógio e vejo que ainda eram seis da manhã.
- Eu sonhei com ela. - Digo me recordando do sonho que tive durante a noite.
Delilah, que até então estava organizando algumas pastas, se vira e vem em minha direção.
- Quer me contar o que aconteceu nesse sonho? - Diz sorrindo.
- Nós estávamos em um jardim gigante repleto de margaridas, mas esse jardim não era do hospital. Era um local diferente, que transmitia energia suave e reconfortante como Sunny. - Sorri ao me lembrar do meu sonho.
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Meu doce anjo caído [FAMÍLIA BELLEROSE]🥀
RomanceLIVRO UM [FAMÍLIA BELLEROSE]🥀 (ESCREVENDO) Até onde a maldade do ser humano é capaz? Daphne se pergunta a mesma coisa, enquanto se sente traída e tendo sua dignidade tirada à força por seu tio. No passado a garota de aparência angelical foi injust...