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Em um dos sonhos me deparei com o mundo caótico de sempre.
Era um vasto espaço de terra e folhas secas meio avermelhadas, não havia nada além de troncos de árvores queimadas e pedregulhos. O céu possuía um tom rubro semelhante ao do solo e constantemente, rugidos que eram seguidos de um brilho repentino faziam aquele mundo inteiro tremer.

Eu tremi.

Me sentei ali no chão e esperei que algo acontecesse. Que algum dos monstros surgisse e me matasse de uma vez, mas nada aconteceu.

E então, de repente ela veio.

Uma chuva vermelha como o céu e como o chão.

Sempre tive a sensação de que iria ser pego por uma tempestade, tantos raios e trovões não eram a toa, mas uma chuva que banhou o meu corpo de vermelho vivo foi algo inesperado o bastante para me fazer entrar em pânico.

Me lembrei dele.

De como meu corpo ficou quando o abracei.

Ele, sem vida, entretanto, com sangue o suficiente para colorir minha camiseta branca por completo.

Tentei fechar os olhos para não ver as gotas carmesim descerem por meus braços mas não consegui.
Algo possuía o controle do meu corpo naquele lugar.

Consegui sentir o cheiro exato do sangue que senti no dia que o meu irmão derramou o dele.
Consegui sentir a exata sensação que senti ao entrar em contato com o líquido morno daquele dia.
Consegui ouvir minha própria voz gritar com todas as figuras divinas que eu conhecia.

Imóvel, assisti ao que poderia ser considerado, um dos piores pesadelos que já tive.

Imóvel, assisti ao que poderia ser considerado, um dos piores pesadelos que já tive

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