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Quando acordei, não tive tempo de correr até o banheiro. Todo o conteúdo que havia comido no dia anterior foi parar nas cobertas que me cobriam da cintura até os pés.
Meu estômago colocou tudo pra fora e sempre que a sensação de estar molhado por todo aquele sangue voltava, meu corpo sofria um tipo de choque e mais uma jorrada de vômito caía sobre mim.

Cheguei ao ponto de não ter mais nada que pudesse ser posto pra fora e então tossi, lacrimejando, tossi e tentei arduamente respirar.
Fechei os olhos com força.

Minha mãe entrou no quarto e sua primeira reação foi gritar.

Eu também gritaria se meu filho problemático estivesse colocando as tripas pra fora numa madrugada chuvosa.

Ela me fez sair da poça de vômito e tirou os lençóis da cama.
Eu fiquei o tempo inteiro no banheiro.
Ouvindo enquanto ela murmurava algumas lamentações e limpava pacientemente.

Sempre que se concentrava em algo, minha mãe murmurava.
Fossem reclamações ou lamentações, ela murmurava como se falasse sozinha.
Mas quando a vi limpando o sangue do meu irmão após voltarmos do hospital, impregnado em toda a sala, nunca a vi tão silenciosa em toda a minha vida.

Naquele dia eu também esperei no banheiro.

E também vomitei até perder o ar.

E também vomitei até perder o ar

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𝐎 𝐂𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐃𝐀 𝐅𝐄𝐍𝐈𝐗 Onde histórias criam vida. Descubra agora