Como esqueci de fechar as cortinas na noite anterior, acordei com o sol fervoroso no meu rosto e decidi fazer o mesmo com America. Comecei fazendo cócegas e dando beijos nas suas costas, que acordou desentendida.
-Bom dia querida- sussurrei.
-Bom dia.
- Eu estava pensando, - ele começou, murmurando as palavras colado em meu rosto. - Sendo que é meu aniversário, você não acha que poderíamos passar o dia inteiro na cama?
- E quem vai governar o país?- Ninguém. Deixe-o cair aos pedaços. Enquanto eu tenho minha América em meus braços.Seus cabelos estavam formando um grande nó e se ela não tivesse criadas tão prestativas iria ficar a manhã toda tentando arrumá-lo. Eu sempre ousava fazer a mesma pergunta sobre pelo menos um dia ficar relaxando sem nada para fazer, para ver o que ela diria. Gostava de ver seu lado responsável. Nosso relacionamento era sempre dar valor a todos os gestos antigos ou novos, que eram nosso meio de demonstrar amor. Não importava quem estivesse ao redor, eu sempre podia tocar a orelha, e o mesmo para ela.
America se sentou na cama e percebi que instataneamente se sentiu mal, então passei a mão por suas costas. Ela disse que estava bem, porém já estava preocupado, pois essa não era a primeira vez e não gostava de ver America com nenhum arranhão. Vi ela se levantar usando o lençol da cama como vestido e não pude deixar de provocar:
-De todos os vestidos que já usou, esse é meu preferido- pisquei, e vi ela corar.
Fui fazer minha higiene pessoal e decidi vestir um terno azul marinho brilhoso coberto por um blazer preto. Coloquei meu cabelo para trás e fiquei parecendo um mauricinho, como dizia America. Quando desci alguns fotógrafos já vieram me atacar com as câmeras, e depois de saudar todos educadamente avistei a família de America.
-Maxon ! Parabéns, muitas felicidades ! - gritou May
-Deixe o menino May, vai terminar machucando o pobrezinho - brigou Magda, me dando um abraço ainda mais apertado.
Comecei a me movimentar pelo salão e avistei o rosto pensativo de Aspen.
- Vocês brigam?
- Você está brincando? Nós somos os melhores nisso - eu e Aspen compartilhamos uma risada.
- Eu não sei porque sinto que isso seja um negócio tão grande - Aspen disse deixando seu riso desaparecer - Nós queremos casar há tanto tempo. Porque isso parece tão assustador agora que nós estamos casados?
- É o titulo - Tomei um gole de champagne. Principalmente depois de tudo isso com o pai dela- não quis tocar no assunto gravidez - É assustador ser um marido. Parece que não há mais nada a perder. Eu me preocupo mais com esse título, do que com ser chamado de rei, facilmente.
- Sério?
- Sério.
Aspen estava quieto, considerando isso.- Escute -eu comecei - Eu não estou chutando você, ou algo do tipo. Você sempre será bem-vindo aqui, como já disse há um tempo.. Mas talvez você e Lucy precisem do seu próprio espaço.
- O que? Tipo uma casa?
- Olhe ao seu redor. Leve Lucy com você e veja se vocês encontram um lugar que gostem, que sintam como algo que possam trabalhar em conjunto. Fazer uma vida juntos pode ser mais fácil se vocês tiverem algo que é realmente de vocês.
- Marlee e Carter estão muito bem aqui.
- Eles são um casal diferente.Aspen olhou para baixo, e eu podia ver que ele sentia como se tivesse falhado. Bati em suas costas - Eu não confio em muitas pessoas do jeito que confio em você. Você já fez muito por mim e pela America. Basta ir olhar. Veja se há algo lá fora que vocês dois realmente amem, e se houver, considere como um presente nosso.
- É seu aniversario. Você deveria ser o unico a receber presentes - Aspen protestou, mas havia um sorriso no rosto o tempo todo.
- Eu tenho tudo que eu quero. Muitas vezes fico remoendo tantas mortes que já aconteceram no palácio e me pergunto se sou o culpado por tantas tragédias, mas tento lembrar que... bom, disponho de um país em ascensão, um casamento feliz, e bons amigos, senhorAspen levantou o copo com um sorriso, e nós bebemos até eu sentir uma mão no meu ombro.Se virei e abri um sorriso. - Aí esta você, minha querida.
- Feliz aniversário.
- Obrigado. Esta é realmente a melhor festa que eu ja tive.
- Você fez tudo muito bem Meri - Aspen acrescentou.
- Obrigada a ambos. Eu preciso te roubar um pouco.
- Claro. Nós conversamos mais depois - Prometi a Aspen, e a segui pelo salão.
- Perfeito - eu disse enquanto caminhávamos para o jardim - Um descanso na loucura. Ela ri, colocando sua cabeça em meu ombro. Sem instrução, eu nos levei para o nosso banco, e nós sentamos, encarei a floresta e ela de frente para o palácio.- Champagne? - ofereci, aproximando o copo.
- Não obrigada.- Tomei um gole e suspirei satisfeito
- Esta foi uma escolha maravilhosa. Sério, America, este foi o melhor aniversário que eu poderia ter tido. Bem, o segundo melhor. Eu ainda teria gostado da opção que te dei esta manhã- Ela sorriu.
- Talvez ano que vem.
- Eu vou aguardar por isto.- Respiramos profundamente
- Olha, eu sei que temos uma noite inteira pela frente, mas eu queria te dar seu presente de aniversário.
- Oh, minha querida, você não precisa me dar nada. Cada dia com você é um presente - Inclinei-me e a beijei
- Bem, eu não tinha planejado te dar esse presente, mas então algo se apresentou e bem aqui estamos.
- Tudo bem, então - coloquei o copo no chão, um pouco preocupado - Estou pronto. Cadê?
- Esse é o unico problema - ela começou - Não vai chegar até uns sete ou oito meses.
-O que pode demorar tanto... ? - Nada, a não ser um bebê. Nesse momento meus olhos marejaram e perguntei para ter certeza.-Vamos mesmo ter um bebê ?
-Sim - confirmou, entre lágrimas que acompanhei.
Ainda era muito cedo para determinar o sexo e já estava me imaginando trocando fraldas, ensinando as crianças a falar, andar e até dizendo sua primeira palavra. Imaginei meninas parecidas com a mãe, e a ideia não poderia ser melhor, enquanto America dizia que seriam minis Maxons.
Mesmo sendo da realeza iria fazer de tudo para amar essa criança mais que a mim mesmo e diferente de meu pai iria ser totalmente presente.
Meu pai. Ele nunca gostou de crianças e sempre se limitou a deixar o trabalho para as criadas, a não ser quando esse envolvia esquentar varas para domar o animal que ele tinha como filho. Essa lembrança deve ter tirado o brilho dos meus olhos porque America acariciou meus cabelos, com um olhar atento.
-E se eu for como ele América? E se eu for um péssimo pai?
- Maxon Schreave, isso é impossível. Se tem uma coisa que você vai ser é generoso. Teremos que contratar uma babá rigorosa para amenizar isso.
- Sem babás rigorosas. Apenas babás felizes.
- Se você diz, meu Majestoso marido.- Limpei a garganta e enxuguei as lágrimas. - Estou assumindo que este é nosso segredo?
- Por enquanto.Abri um grande sorriso.
- Por tudo isso, agora eu definitivamente sinto que temos que comemorar.Meses depois
Ver America aparentemente gastando todas as suas forças era desesperador, mas pensar que dalí sairiam nossos filhos me confortava e eu segurava forte sua mão.
-Vamos todos contar juntos, 1...2...3... - gritou Marlee, que estava ao lado da amiga e entendia bem desse tipo de dor. Eu mal conseguia ficar em pé com tanto sangue, só não podia deixar America perceber.
-Vamos querida, força ! - incentivou Magda, enxugando a testa de America com uma mão e segurando seu braço com a outra.
Um barulho surgiu e pude ver o rostinho do primeiro bebê. Era uma menina ! Não parava de berrar e era a coisinha mais linda de todo o mundo. Peguei-a no colo e mostrei para America, para que isso a incentivasse. Ainda faltava um.
-Estamos com algumas complicações. Majestade, preciso que tenha mais força que em qualquer momento da sua vida !
E parecendo que ia desmaiar, ela respirou fundo e continuou. Depois de sete minutos consegui ver um menininho mais sereno indo para os braços de America. Depois disso ficamos lá, deitados, e proibi qualquer jornalista de se aproximar da ala hospitalar em um momento tão íntimo e por mais que fosse lindo, exaustivo.
-Parece que nossa família está mais completa do que nunca - falei, acariciando Ahren, que dormia tranquilamente.
-E está só começando - respondeu America, com um sorriso de lado.
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Felizes Para Sempre. Ou quase | A Seleção- Fanfic
FanfictionApós um ataque trágico de sulistas que provocou inúmeras mortes, America e Maxon decidem trazer um pouco de alegria e finalmente se casam. Rodeados de amigos e um ar mais leve após o início do extermínio das castas, os dois podem ter o seu felizes p...