Felizes Para Sempre. Ou quase | A Seleção- Fanfic

Não. Não aceito. "America"

—Olá, minha querida — Maxon sussurrou

—Nem comece — retruco, e nós dois sorrimos.

      Ele segura minhas mãos como se fossem a única coisa que o mantinha em pé. Olho fixamente para essa cena enquanto me preparo para as palavras que estão por vir, para as promessas que jamais quebrarei. É realmente mágico o poder deste dia.

      Mas, mesmo agora, sei que não se trata de um conto de fadas. Sei que teremos tempos difíceis, confusos. Sei que as coisas nem sempre acontecerão como desejamos e que precisaremos nos esforçar para nunca esquecer os motivos de nossa escolha.

  Não será perfeito, não o tempo todo.
Isto não é um "felizes para sempre".
É muito mais que isso.

—Vossa Majestade, Maxon Calix Schreave, aceita America Singer como sua legítima esposa e rainha,cumprindo todos os compromissos perante Illea ?

    Por uma fração de segundo, vi naqueles olhos verdes minúscula hesitação. Talvez pelo nervosismo que eu também sentia, ou...

...

Flashback

"Não. Não aceito."

  Eu soluçava em meio às tentativas falhas de conter o choro.

—Quem será que espalhou esses bilhetes aqui ?

—Ei, calma. Você está muito emotiva. Seja lá quem for não passa de um engraçadinho que será punido — assegurou Marlee, limpando minhas lágrimas.

—Sempre achei aquela Kriss recalcada — acusou May cerrando os punhos — Vou resolver isso agora pegando essa piranha pelos cabelos !

—Não May. Ela não faria isso. Acho que foi alguém pior. Mas quem ?

—Não importa. America, recupere sua confiança e pare de tantos gaguejos. Lembre-se de que Maxon te ama e foi a você que ele escolheu. Só a você. Sendo assim, pouco interessa qualquer outra pessoa nesse momento, quem importa são vocês dois e esse amor imenso. Pelo amor de Deus, hoje é um dia sagrado. Você e ele em plena união, sem discussões. Que orgulho.

—Boba !

—Agora vamos, precisa retocar essa maquiagem. Vou pedir para Mary recolher esses papéis estúpidos do quarto — animou Marlee, desamassando meu vestido e se levantando comigo. Como eu sou sortuda por tê-la.

...

     Depois do "aceito" meus ombros relaxaram e nos beijamos e nos abraçamos. Eu ganhei a segurança necessária para qualquer discurso.   Prometi amar Illéa, servir eternamente ao reino e ao povo. Sim, iria executar cada letra pronunciada. Iria fazer uma reforma no meu país e transformá-lo no lugar que sempre sonhei, junto com o amor para a minha vida. O lugar com o qual nós sempre sonhamos. Sem castas.

     Nesse dia, o clima de Angeles estava ideal para uma festa. Nem muito quente, nem muito frio. A decoração ia além da cerimônia, espalhada pelos jardins de forma linda e aconchegante, com flores e várias mesas enfeitadas. As paredes rodeadas de portas retratos com nossas fotos ( ideia de Maxon).
 
    Na parte mais interna, o salão brilhava para a grande valsa, momento em que pisei nos pés do meu marido muitas vezes, mas ele não reclamou.
 
   Em seguida, eu e as meninas giramos por aí esbarrando em todos. Teria caído se não fosse pela calça confortável e ao mesmo tempo elegante, branca e rendada que vesti após a cerimônia, afinal precisava aproveitar minha festa. Meu casamento. Eu que dava as ordens criando ou desfazendo padrões e a sensação era inquietante.

—Parem suas loucas. O que vão pensar de mim assim ? —reclamei, pondo as mãos na cintura e tentando ser imperativa.

—Perdão Majestade —falou Natalie, fazendo uma reverência com as outras e fingindo arrependimento.

—Ames, você teria me convencido se não fosse pela sua boca suja de torta de morango.

—Muito engraçadinha May. Bom, agora preciso ir falar com o restante dos convidados.

    Fui conversando com alguns amigos de Maxon. August e Georgia, Nicoletta e sua família. Até chegar nos conselheiros e ser interrompida por diversas perguntas de uma vez sobre assuntos burocráticos, além dos jornalistas que também me atacaram, e eu só buscava alguém que pudesse me salvar.

—Com licença rapazes. Vou roubar um pouco a rainha—anunciou Aspen para depois me puxar e conduzir em direção a um canto mais calmo.

—Obrigada—agradeci, ofegante.

—Difícil essa vida né ? Muitas responsabilidades e atitudes longamente necessárias misturadas com raciocínio...

—Pode falar minha língua "senhor" Aspen ?— provoquei, fazendo o sinal de aspas com as mãos — Você viu Maxon ? Ele sumiu depois da dança.

    Olhei ao redor e finalmente o vi correndo assustado. Nossos olhos se encontraram e tocamos a orelha.
Escapamos para o quarto dele onde o mesmo começou a andar de um lado para o outro. Eu peguei nos seus ombros e o sacudi.

—Me conta o que aconteceu Maxon ! Você está me enlouquecendo. Por que estava tão estranho na cerimônia e em alguns momentos da dança ?

—Desde cedo vi espalhados pelo meu quarto alguns bilhetes estranhos com a escrita "Não, não aceito". —Ele também — E também recebi uma ligação. Não podemos sair do país para nossa lua de mel. Contatei os aeroportos e meu passaporte está bloqueado. Nós sofremos uma espécie de golpe, América. Um golpe contra a coroa.