Capítulo 32

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Polo

Antes de descer para tomar o café da manhã eu analiso bem algumas das fichas dos possíveis herdeiros da Dinamarca.
É completamente cansativo ter que procurar filhos perdidos de pessoas que eu nunca vi em toda minha vida. Vez ou outra me pego pensando no que temos a ver com isso. Se perderam, okay, sigam suas vidas, nós não podemos parar as nossas para fazer favores.

— Cillian, Elisabete, Dominique, Kion, Elis, Maryet… — leio os nomes dos mais cotados — Todos tem nome de príncipes e princesas… mas nenhum se parece com um de fato.

Alguém bate na minha porta. Provavelmente a insuportável da Lua.

— Dá um tempo garota!

— Abra a porta, Polo — papai diz e no mesmo instante eu coloco uma camiseta e vou abrir — Bom dia pra você também, filho

Eu sorrio coçando a cabeça

— Desculpe, achei que era a…

— Sua conselheira — ele completa — Mulher da qual você insistiu que cuidasse de você, e agora a trata assim, sem o mínino de respeito?

Suspiro pesadamente

— Isso trataremos na reunião semanal. Agora quero adiantar um assunto, antes que sua mãe surte por eu fazer o café atrasar — diz e vai até a escrivaninha onde estão todos os dados dos adotados — Conversei com Soren, e ele adotou minha ideia de fazer um baile e convidar todos esses da lista, mas para não levantar suspeitas, faremos um baile beneficente para o ofarnato  adoção voluntária

— Como? — me surpreendo — Assim como no nosso aniversário?

Ele nega

— No aniversário foi um concurso. Dessa vez convocaremos todas crianças do orfanato, e jovens que foram adotados

Eu luto contra a vontade de sair gritando por aí dizendo que isso é loucura. Mas eu não posso.

— É um grande passo para Soren e Aba, mesmo que não pareça grande coisa para nós.

— E vai distribuir senhas para fazer um exame de DNA ou o que? — ironizo e no mesmo instante me arrependo

— Polo, eu dei a opção para você ajudar ou não nesse caso. Se aceitou, faça com excelência e não por obrigação. Nós não o obrigamos a nada. Harry cuidará dos detalhes, e Pérola se encarregará de convidar todos.

Eu abaixo a cabeça e peço desculpas mas ele não responde nada.

— Vamos, o café será servido em breve.

— Não precisa tirar as tarefas de mim, eu as faço, assim como sempre fiz, Pai.

— O que você precisa é de disciplina, Polo. Acho que foi uma má ideia deixar a Lua ser sua conselheira

Olho por cima do ombro dele e vejo Lua engolir em seco na beira da porta, eu faço o mesmo e ela se retira antes mesmo do meu pai a ver.

— Acho que apena todo o exército faria você ter disciplina, aquela garota é muito boazinha pra tamanha tarefa

Reviro os olhos

— Conversaremos sobre sua conduta em um outro momento. Agora vamos — diz e eu o acompanho até a sala de jantar

Todos já estão a nossa espera. Inclusive minha mãe, que está finjindo estar calma só por causa da visita, mas eu sei que ela está soltando fogo pelas narinas por termos feito ela esperar para comer.

Lua está sentada entre Pérola e eu dessa vez. Segundo ela, é para evitar problemas. E pela primeira vez a vejo com o semblante triste a mesa.

Harry se inclina discretamente para frente para perguntar se ela está bem, e ela responde com um sorriso fraco.

Princesa, Por Legado - TRILOGIA PRINCESAOnde histórias criam vida. Descubra agora