Cantinho Verde

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Oh cantinho Verde,
Como me és...
Desde que perdi meus cães,
Não te sinto nos meus pés.

Oh Cantinho Verde,
És segredo não tão segredo.
Emaculado, portador do sossego,
Compreendes-me no medo.

É uma relação de um para nada,
Eu sei, dás-me tudo como quero,
Calmaria, melancolia, espaço...
Tratas-me com tanto esmero...

No Inverno, as tuas ervas fluem,
Fazem-me lembrar o paraíso,
Ao sabor do vento vão e voltam,
Restauram-me o siso.

No Verão és seco e feio,
És agreste e ouves-me menos,
O teu, não é o meu amarelo,
Mas d'alguma forma sempre nos vemos.

Meu cantinho Verde,
Na primavera não és só verde,
És bem amarelo, principalmente roxo,
Acolhia-nos sempre com gosto.

Desmatam-te, Cantinho Verde,
Porque precisam do teu espaço,
Em breve serás cantinho verde,
Mas sempre lembrarei nosso laço.

Cantinho Verde,
Cantinho verde...
cantinho verde....

Do Livro Do PoemaOnde histórias criam vida. Descubra agora