Manhã de Outono

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O silêncio que o vento gera,
O Sol que bate contra o frio,
Esse precioso brilho e brio,
Roubou-te a inv'josa Primavera...

Tua chuva firme, mas cuidada,
Teu céu imperial e nublado,
Renascer d'um verde calado
Morto p'lo Inverno na calada.

As tuas pequenas poças d'água,
Que o solo seco te rejeita,
Rejeitou teu amor, n'aceita
Que o Verão não o quer, que mágoa...

Não, ninguém te ama, meu Outono,
Não como eu te amo, meu precioso...
Tuas cores, vermelho cedoso...
Toma-me que não tenho dono.

Do Livro Do PoemaOnde histórias criam vida. Descubra agora