LUA
A semana passou muito rápido e hoje era quinta-feira e os alunos não paravam de falar na festa que o Alex — um dos garotos populares — organizou para amanhã. E o fato mais interessante foi que também fui convidada, quer dizer, o garoto convidou praticamente a escola inteira, então, Will e Ailey também estavam incluídos. William gostou da ideia e topou logo, já Ailey fez uma careta que dizia: nem a pau que vou nessa festa. Também não tinha muita vontade de ir, mas estava fazendo um esforço pelo Will e com isso, Ley será arrastada.
No dia que ela dormiu na minha casa, contando sobre a verdade que acontecia dentro da sua casa, Ailey chorou mais de noite, entrou em crise. Eu e a vovó Malu passamos a madrugada tentando acalmá-la de alguma forma. Malu, como não sabia o motivo dela estar chorando, entrou em pânico, pensando na melhor solução para ajudar. No final, vovó fez um chá e preparou um lanche para as três. Amanhecemos sentadas na cozinha, conversando sobre temas aleatórias, que fizessem com que Aley esquecesse da causa que a fazia chorar.
Não tinha palavras que chegassem para comentar sobre as atrocidades que a mãe dela fazia ou ainda tenta fazer. Tem que ser uma pessoa muito suja por dentro, sem coração e sentimentos. Completamente perturbada.
— Você já sabe qual será a sua fantasia, Lulu? — Will perguntou sem tirar seus olhos da tela do celular.
— Ainda não. — Dei outra garfada no meu almoço. Era quase uma da tarde e a cantina estava lotada de alunos como de costume.
— Quer que eu faça? — Elevou os olhos, me encontrando.
Neguei com a cabeça.
— Não precisa, vou comprar ou procuro algo legal em casa.
— Vai ter aula agora, depois do almoço? — Pousou o celular de lado, me dando total atenção.
— Sim, matemática e física, e você?
Finalizei o meu prato e deslizei a bandeja para o lado, colocando meus antebraços em cima da mesa.
— Acabei tudo por hoje, graças a Deus. — Ergueu os braços, louvando. — Você viu a Ailey hoje? Não a encontrei pelos corredores.
— Ela mandou mensagem no nosso grupo falando que não viria porque ia passar na casa dela. — Coloquei uma trança atrás da orelha.
Finalmente fiz as tranças goddess braids, minha tia veio visitar a gente um dia desses e aproveitei para trançar.
— A mãe dela já foi embora?
— Acho que sim, ou ela nem estaria indo lá.
— Verdade, verdade. — Concordou comigo.
Levantei-me com a bandeja e me dirigi até a lixeira para colocar o restante no lixo. Voltei para perto do William e peguei a minha mochila, pondo nas costas. Ajeitei a minha gravata e alisei a saia.
— O que foi? — Percebi que ele me encarava.
— O uniforme te cai bem, o vermelho combina com você. — Me elogiou.
Realmente não tinha o que reclamar do nosso uniforme, ele era bonito mesmo: saia vermelha parando na metade das minhas coxas, a camisa social branca, e gravata e blazer também vermelhos. Dos garotos era igual, só mudava a parte que eles usavam calças. Evitava trazer o blazer, porque estava fazendo bastante calor esses dias.
— O seu também. — Ele também se levantou, parando do meu lado. — Vai para casa, né?
— Uhum e você? — Caminhamos até a saída da cantina. Will abriu a porta me dando passagem para passar e ele veio logo atrás.
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A Lua está linda hoje
Teen Fiction"A gente precisa amar a vida para ela nos amar de volta" Reclusa, Lua Moore vive através de livros e da arte, absorta em seu pequeno mundo enquanto tenta lidar com o luto, sua ansiedade e traumas em sua redoma que a impede de entender o lema deixado...