CAPÍTULO 20

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LUA

QUATRO ANOS ATRÁS

— Que animação toda é essa para sair, senhorita Lua? — Malu perguntou rindo com as mãos na cintura, enquanto eu entrava na cozinha dando pequenos pulinhos.

— Nada não, vó. — Parei, acalmando o meu coração.

— Isso tudo é felicidade porque você vai se encontrar com o seu namoradinho Ivi? — Um sorriso sorrateiro brilhou em seu rosto.

Automaticamente minhas bochechas esquentaram e os olhos arregalaram para frente. A vergonha repentina surgiu tão rápido que soltei num tom desesperado:

— AVÓ! O Ivi é só meu amigo.

Malu riu ainda mais e ergueu os braços, se rendendo para não aprofundar o constrangimento que estava sentido.

— Tudo bem, só seu amigo. Mas eu também dizia que antes o seu avô era só meu amigo.

— Nada a ver, senhorita. — Resmunguei por debaixo da língua.

Minha avó era a minha melhor amiga, nunca a escondia nada, sempre tive a liberdade de contá-la tudo. Quando lhe contei sobre o Ivi, ela ficou super feliz, porque eu estava fazendo outras amizades para além da Ailey que já tinha.

Passaram-se três meses desde que conheci o Ivi e sempre nos encontrávamos no mesmo lugar de costume, a biblioteca. Desde então, começamos a sair para outros lugares, como ir ao cinema, ao shopping, à praia, entre outros.

O Ivi era muito educado e fofo, sempre usando seus óculos que combinam com seus olhos puxados e vestindo suas roupas formais e vincadas, mantendo a sua imagem impecável.

Hoje é um desses dias.

Planejamos visitar uma exposição de arte, porque ele percebeu que eu era apaixonada e sempre que falava sobre isso, ele dizia que os meus olhos brilhavam.

— Sei, mocinha. — Continuou rindo de mim

— Como está o seu Matheus? — Ajeitei a minha bolsa ao ombro, me preparando para partir.

— Na mesma, meu amor. — Suspirou, retornando a atenção para a panela no fogão. — Os médicos dizem o mesmo de sempre: que estão fazendo o melhor. Mais tarde vou visitá-lo. — Assenti com a cabeça, me aproximando dela.

Plantei um beijo na sua bochecha e abracei-a de lado.

— Vai lá, querida. Se divirta.

— Até já, vó.

Sai da cozinha e marchei em direção à porta. Sai de casa e corri até a parada de ônibus. Ele não demorou muito para chegar e seguiu até ao meu destino. Ao chegar, desci as escadas e encontrei o Ivi já me esperando com a atenção no celular.

Hoje ele não estava usando suas roupas formais, eram peças de roupas mais soltas, um estilo mais descontraído e leve, acompanhado por uma mochila em suas costas.

Fui me aproximando dele com passos leves e silenciosos, querendo fazer uma surpresa. Chegando perto, abri os meus braços, abraçando-o por trás. Seu corpo vibrou de susto e virou a cabeça, assustado, mas sua expressão relaxou quando percebeu que era eu.

— Oii minha cachinhos. — Disse sorrindo.

Me afastei um pouco, deixando que ele girasse seu corpo por completo. Seus ombros relaxaram e ele voltou a juntar nossos corpos, depositando um beijo carinhoso e calmo na minha testa.

Ele sempre fazia isso quando me via. Achava fofo da sua parte.

— Como você está?

— Estou bem e você? — Ele concordou com a cabeça.

A Lua está linda hojeOnde histórias criam vida. Descubra agora