CAPÍTULO 71

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LUA

— Lua Moore! — A professora me chamou mais uma vez.

— Me desculpe professora, não estava concentrada.

Algumas semanas se passaram desde o fim de semana do jantar. As aulas voltaram, as provas e os trabalhos. Faltavam três meses para o fim do ano escolar e isso significava também que o SAT estava quase batendo a minha porta. Com isso, a exigência dos professores só aumentava. Na semana passada, entreguei o meu projeto de artes visuais e felizmente a professora amou, tanto que chorou de emoção.

Com este caos, a minha mente não parava de me encher com teorias em relação às cartas e o senhor Parker. Eu acreditava que ele era meu pai e para não pensar que estava maluca, perguntei para o Chase e ele disse que também concordava comigo. Não havia outra resposta, esse homem só poderia ser meu pai, todas as pistas levavam nele.

Mas eu queria negar. Queria dizer que era impossível, que não era real. Minha mãe não faria isso comigo. Por que ela mentiria? Por qual necessidade ela fez isso? Será que aquele homem nunca me quis? Foi por isso que mainha fugiu?

Se ele tivesse sido presente na minha vida, tudo teria sido diferente. O bullying no fundamental por não ter pais poderia ter sido evitado. Por que você fez isso comigo, mãe? Por que você foi injusta?

— Tudo bem, mas estou te chamando porque o coordenador quer você na sala dele.

Será que ele iria conversar sobre a faculdade? Precisava disso, precisava de uma boa notícia neste momento.

Agradeci e ergui o corpo. Pedi licença e sai da sala de aula, seguindo passos pelo corredor. Durante o percurso a minha paz acabou ao me deparar com o grupinho da Nancy encostado no armário. Elas me olhavam com deboche e riam entre cochichos.

— Meninas, olhem se não é a nova corna do colégio moderno. — Nancy riu, passando a mão em suas mechas ruivas. — Como você se sente, Lulu? — Foi irônica e suas amigas gargalharam.

— Me sinto como?

— Sendo corna. Ah... — Rolou os olhos, se fazendo de doida. — Você ainda não sabe e também não queria ser eu te contando, mas ontem o Chase foi na minha casa.

— É mesmo? — Pronunciei num tom sarcástico.

Chase estava na minha casa ontem, especificamente no meu quarto. Passou o dia lá, fazendo companhia à minha avó e passou a noite comigo. Mas para quê dizer, né? Melhor deixar a pessoa passar vergonha.

Nancy reparando que não me atingiu, mudou sua postura e se impôs, pensando em outra tentativa de me atingir.

— Garota, por que você não se toca logo? Chase só está com você por pena.

— Sério? Não sabia, acho que preciso conversar com ele sobre isso. Obrigada pelo aviso. — Debochei, claramente, com um sorriso cínico.

— Você só passa de um corpo bonito, Lua, não se ache, vagabunda. — Ela continuou, com os olhos fervendo de raiva.

— Obrigada pelo elogio. — Dei fim ao assunto e segui meu caminho.

Porém, antes de eu passar, Nancy segurou meu braço com pressão e falou:

— Escuta aqui, garota...

— Escuta você, Nancy. — Cortei-a sem paciência. — Você me dá pena, sabe por quê? Porque você precisa diminuir outras meninas para se sentir bem com você mesma. Você precisa andar com um grupinho para se sentir empoderada e intocável. Vou te contar um segredo, pessoas como você são seres nojentos por dentro. Sobre o meu relacionamento ele vai maravilhosamente bem, você não precisa se preocupar em mentir. Quer um conselho de mulher para mulher? Você é muito melhor que isso. Espero que você cresça e encontre paz em seu coração.

A Lua está linda hojeOnde histórias criam vida. Descubra agora