CAPÍTULO 65

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CHASE

É Téo, agora eu te entendo. Dá uma ânsia do caralho pedir a garota que você ama em namoro.

Não sabia definir a angústia que sentia no peito. Foi tudo planejado para ser perfeito. O anel comprado com ajuda da dona Malu, este lugar escolhido com conselhos da minha mãe e da Erika, Tyler e Ryan me falaram que seria uma ótima ideia ler aquele poema para ela de uma vez e me declarar, abrir o coração.

Hoje não fumei, nada, nadinha e era por isso que a ansiedade estava atacando desse jeito. Parecia que iria ter um enfarto, meu coração pulsava de modo desenfreado.

Era só um baseado, mas precisava estar 100% limpo por ela.

— Qual é, Lua? Tá querendo dormir no banheiro? — Berrei, terminando de ajeitar a camisa em meu corpo.

— Você está muito apressado. — Escutei seus passos retornando. — Estava acabando a minha maquiagem.

Girei metade do tronco para trás, encarando-a com um vestido com estampas de flores. Eu achava esses vestidos bregas, mas nela, ficava perfeitamente belo na minha futura namorada.

— Cuidado com a baba, lindo. — Me provocou, sorrindo. — Estou pronta, vamos?

— Vamos, pretinha.

Guardei as chaves do nosso chalé e meu telefone no bolso do short jeans e marchei em direção à porta. Abri e esperei que a Lua passasse primeiro. Fui o próximo, e tranquei a fechadura.

— Nossa, olha a lua, japinha. — Apontou para o céu, admirada. — Não quero ir embora daqui nunca mais.

O céu continha mais estrelas desde a última vez que tínhamos visto, era esplêndido.

— Sabia que você ia gostar. — Juntei nossas mãos.

Ela sorriu feliz e continuou adorando e analisando cada detalhe da praia, parecendo uma criança extasiada. Andamos pelo caminho de madeira até o restaurante do local. Chegando lá, anunciei a nossa chegada e seguimos até a nossa mesa. Antes de me sentar, puxei a cadeira da minha pretinha primeiro, que agradeceu docemente, assentando. Contornei a mesa e também fiz o mesmo.

Só de pensar que depois do jantar seria o pedido, me dava um aperto no coração. Lembro que enquanto Lua tomava banho, fui até a cafeteria pedir algo que me acalmasse, a moça me entregou uma xícara de chá de camomila. Conclusão: tomei cinco.

— Eles até são biodegradáveis, que tudo. — Ela comentou.

— Uhum, fantástico. Mas e aí, qual era o livro que você estava lendo? — Inquiri interessado, ao mesmo tempo que lia o cardápio.

— É sobre uma garota mexicana e negra. Seu pai foi acusado injustamente de homicídio. Você já sabe como a lei dos Estados Unidos funciona para pessoas negras. Essa menina, pelo menos até onde parei de ler, está fazendo de tudo para comprovar que seu pai é inocente.

— Porra, parece ser um livro bom demais. Me conte mais.

Seus olhos brilharam e então, contente e empolgada, ela me explicou o enredo:

— Ela é universitária, estudante de direito. Não é um romance, mas eu gosto de vê-la com um garoto que a está ajudando nas investigações. O tema principal do livro é sobre o racismo e a xenofobia que os estadunidenses têm contra imigrantes latinos...

Lua continuou falando, sem fazer pausas para respirar e era incrível sua capacidade em contar sobre livros, sobre seu gosto pela literatura. Eu amava admirar o quanto ela ficava eufórica e compartilhava seu mundo literário comigo.

A Lua está linda hojeOnde histórias criam vida. Descubra agora