CHASE
— Ele acordou? — Uma voz familiar e feminina questionou.
— Não, ainda não. — Outra respondeu ríspido e sem paciência.
Minha cabeça latejava pra caralho. O estômago parecia estar girando, me causando náuseas e uma grande vontade de vomitar. Porra, estava na merda. Prometi para mim mesmo que nunca voltaria a fumar desse jeito e olha onde eu me encontrava. De novo, no mesmo inferno.
— Vou jogar água na cara dele assim ele acorda de uma vez. — Reconhecendo a voz, percebi que era o Tyler.
— Fica quieto. — Dessa vez, foi a Erika.
— Não é melhor levá-lo para o hospital, vô? — Perguntou a minha irmã.
— Não. O médico já limpou o estômago dele, é só esperar ele acordar, seu corpo reagir e vomitar. — Meu avô explicou.
Isso explicava os meus enjoos.
— Ele está muito desidratado. — Minha mãe disse num tom que me quebrou ao escutá-la tão preocupada.
— Seu filho viveu durante cinco dias na base dessa porcaria que ele chama de maconha e sei lá mais o quê, dona Bella. Ele merece uma surra. — Minha melhor amiga ralhou.
— E daquelas bem fortes. — Acrescentou Walker.
Impulsivamente, abri os olhos e inclinei o meu corpo para o lado vomitando o que tinha comido durante esses dias, na lixeira. Cuspi uma cor meio verde musgo, muito nojento. Não parei até sentir meu corpo mais leve e limpo. Ao terminar, limpei a boca e suspirei aliviado.
Meu avô esticou o braço e me entregou uma garrafa de água e uma bala. Disse também que era para eu lavar a boca, pelo menos, para tirar o gosto ruim.
Fiz o que foi mandado, e todos ao meu redor esperavam que eu terminasse o meu momento para depois disparar o sermão. Fechei a garrafa, me sentindo mais calmo, e coloquei a bala na boca, saboreando o sabor de menta.
— Decidiu encarar a realidade e parar de se drogar? — Erika disparou. Não conseguia distinguir pelo tom se ela estava preocupada, se queria me matar ou os dois.
— Nós estávamos muito preocupados com você, filho. — Foi a vez da minha mãe.
Eu quebrei a promessa que tinha feito com ela. Prometi que ela nunca iria me ver nessa situação e agora estava se repetindo.
— Ficamos durante cinco dias te procurando e você nunca atendia as nossas ligações. Caraca, Chase! Você não pode simplesmente desaparecer e pensar que isso vai resolver seus problemas. Acorda! — Proferiu Tyler.
— Você sabe que pode sempre contar conosco. Estamos aqui para você, somos um grupo que já passou por tanta merda antes. — Disse Ryan.
— Você tem uma empresa para gerir, um ensino médio para terminar e não é a maconha que irá te ajudar, Chase. Entendo que agora você não está na sua melhor fase, lidando com uma culpa que não é sua, mas, você tem que erguer a cabeça e enfrentar, garoto. Já passou, agora você precisa lidar com isso. Você deixou tudo nas mãos do Christian e o coordenador Jones ligou querendo saber sobre você. — Foi a vez do meu avô.
— E a avó da Lua também está preocupada com você. — Acrescentou a minha mãe.
— Se você quer evitar a Lua, tudo bem, faz o que você quiser. Porém, não some, porque você tem outras responsabilidades. — Yuri continuou seu discurso e eu só fiquei escutando.
— A Lua está bem, não teve ferimentos. Não sei se você está sabendo. — Comentou Erika.
— Nycoly me contou. — Murmurei.
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A Lua está linda hoje
Ficção Adolescente"A gente precisa amar a vida para ela nos amar de volta" Reclusa, Lua Moore vive através de livros e da arte, absorta em seu pequeno mundo enquanto tenta lidar com o luto, sua ansiedade e traumas em sua redoma que a impede de entender o lema deixado...