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– Não acredito que você vai mesmo fazer isso. – disse Tsukishima, assim que se aproximaram do campo gramado da escola.

– Ninguém mandou você vir comigo. – retrucou, divertido. Adiante, além dos vários grupos de adolescentes espalhados pela grama verde, conversando alto e aproveitando o intervalo entre as aulas, ele avistou a garota parada embaixo das árvores próximas ao muro. Virou-se Tsukishima. – Você vai ficar aqui? – perguntou.

Kei deu de ombros com indiferença. Pela sua postura, era fácil acreditar que Yamaguchi o forçara a acompanhá-lo até lá, como se Tadashi não houvesse passado os últimos cinco minutos tentando convencê-lo de ir sozinho. Sorrindo para baixo, balançou a cabeça, descrente.

– Eu já volto. – disse, mesmo que não fosse necessário, e começou a andar. Enquanto atravessava o campo, podia sentir o olhar gelado de Tsukishima sobre suas costas, quase como se tentasse solucionar um complicado quebra-cabeças. Era divertido como Yamaguchi conseguia lê-lo com um simples levantar de sobrancelhas, mas Kei ainda parecia ter dificuldade em entendê-lo.

O sol estava alto e provavelmente estaria fazendo um calor sufocante se não fosse pelas nuvens cobrindo o céu. Talvez chovesse mais tarde, o que Yamaguchi esperava que acontecesse. Suas noites de filmes na casa de Tsukishima sempre ganhavam um clima mais gostoso quando chovia.

– Ei, oi. – disse com simpatia, parando em frente à garota. Em seu rosto, um sorriso gentil ocupava seus lábios. – Que bom que você veio.

Miyua era o nome dela. Miyua Fukuna, a menina mais alta do primeiro ano, com 1,75 metro, pelo que ouvira falar. Com cabelos escuros, bochechas repletas de sardas, olhos castanhos e uma tiara de flores que usava todos os dias, ela era adorável. Seu uniforme estava perfeitamente passado e seus sapatos pareciam lustrosos sobre o verde da grama. Ela olhou para Yamaguchi com um leve rubor nas bochechas antes de voltar sua atenção para algo atrás dele.

– Não sabia que ele também viria. – falou ela, as mãos entrelaçadas atrás de suas costas.

Yamaguchi não precisava olhar por de cima do ombro para saber de quem ela estava falando, mas olhou mesmo assim. Do outro lado do campo, Tsukishima ainda o observava. No momento em que seu olhar encontrou com o dele, entretanto, Kei virou o rosto, subitamente interessado no prédio do colégio.

– É, ele veio. – disse, voltando-se a ela. – Espero que isso não incomode você.

Ela maneou a cabeça, a timidez nítida em cada pequeno movimento que fazia.

– Não... – falou. – Tudo bem.

Seu sorriso aumentou.

– Que bom. – disse. Erguendo a sacola de presentes que segurava numa das mãos, ele retirou de lá uma carta. O envelope era de um tom lindo de rosa e havia alguns adesivos de coração colados no papel. Yamaguchi mostrou para ela. – Foi você quem me deu ontem, não é? No dia dos namorados?

O rosto de Miyua tornou-se vermelho e ela assentiu, mudando o peso de um pé para o outro.

– Ela... – começou Yamaguchi, olhando para a carta. – Ela é linda. Acho que nunca li algo tão bonito antes. Na verdade, acho que nunca ninguém me escreveu algo tão bonito antes. Eu... eu nem sei o que dizer, Miyua. Quando li, eu realmente fiquei sem palavras.

– E-eu... – ela pareceu tomar coragem para falar. Os olhos castanhos estavam fixos em seus sapatos lustrosos. Apesar de sua grande altura, seus gestos ingênuos e inocentes ressaltavam o quanto era nova. – Eu não tinha certeza de que você leria. As pessoas dizem que o seu amigo nunca lê as cartas que recebe, que ele joga fora e essas coisas. Achei que você faria o mesmo.

OH MY CAPTAIN ; ( 𝒕𝒔𝒖𝒌𝒌𝒊𝒚𝒂𝒎𝒂 )Onde histórias criam vida. Descubra agora