Fase II: Senti sua falta

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  Antes que ela pudesse se dar conta, seu corpo já estava grudado ao da morena. Seu rosto repleto de lágrimas, deixava mais algumas caírem.

-Celeste? -Suas mãos tocavam o rosto de sua prima, seus cabelos castanhos um pouco mais claros e os olhos levemente verdes também molhados traziam a imagem de uma perfeita miragem.

-Como isso aconteceu? Como você está viva? -As memórias do corpo da mais jovem falecido perambulavam na mente confusa de Holly, os fatos não se encaixavam e ela não conseguia sequer imaginar como aquele momento era possível.

-Era um feitiço, ela nunca morreu de verdade. Eu só precisava que você acreditasse nisso. -Klaus interrompeu o momento das Shared, seu meio sorriso mostrava uma pequena satisfação naquilo.

-Foram apenas alguns meses na Europa. Eu devo te dizer que a Torre Eiffel consegue ser ainda mais bonita. -A gestante sorriu, aquela definitivamente era sua prima cabeça oca. As palhaçadas e a espontaneidade da mesma, mal podia acreditar que teria tudo de novo.

-E agora que eu finalmente estou aqui, você pode me contar tudo sobre essas sapecas. Aliás, mal posso esperar para ver como elas vão ficar lindas com os macacões da Dior que comprei.  -A bruxa que vestia roupas luxuosas, acariciava a barriga de seis meses da gestante com um grande sorriso no rosto. Para Holly, era quase como se um gênio da lâmpada tivesse atendido seu maior pedido: ela não estaria mais sozinha. Seus olhos ainda lacrimejavam e seu sorriso não podia se conter, fazia muito tempo desde que se sentira tão feliz como naquele instante. Seu primeiro instinto foi apenas puxar sua prima para mais um abraço longo e apertado, tentando matar toda saudade existente em seu peito. A verdade era que tinha medo de que caso soltasse, a imagem de Celeste se desfizesse em sua frente e ela acordasse de um sonho muito bom.

-Se você não me soltar, eu acho que vou morrer dessa vez. -A moça rapidamente a soltou, dando uma pequena risada. Celeste insistiu para que seguissem o mais rápido possível para New Orleans, pois tinha muito que contar e mostrar para a outra. A viagem foi repleta de risadas e conversas jogadas foras, Holly e a prima nunca ficavam sem assunto. Aparentemente, os meses na Europa trouxeram a bruxa muito conhecimento sobre culinária e moda, duas das maiores paixões da jovem. Vê-la tão desenvolvida e como uma mulher independente, era bastante curioso e novo.

Os olhares entre a gestante e Klaus, se encontravam pelo reflexo do retrovisor. A moça se encontrava em um misto de emoções, enquanto sentia uma enorme gratidão, também se perguntava se havia alguma diversão em deixá-la acreditar na morte de sua prima durante todo esse tempo. O híbrido as deixou em um pequeno café, a pedido da mais nova. A recém-chegada estava ansiosa por um momento a sós com o que sobrara de sua família, havia muito que perguntar e contar para Holly.

-Cellie, eu tenho tanto que te contar. Aconteceram tantas coisas desde que você, sabe, morreu. Você não faz ideia do quanto fez falta. -A mais experiente havia feito uma careta engraçada enquanto falava sobre a morte da outra. Cellie era o apelido dado pelos ingleses a moça e que sua prima rapidamente havia tomado posse.

-Você não faz ideia de tudo que eu descobri, ma chérie. E você também me fez uma falta imensa, pra que você saiba, o coliseu teria muito mais graça se eu pudesse te jogar algumas pedras. -A morena havia mudado muito durante aquele período fora, todas as circunstâncias a obrigaram a amadurecer. Ela não podia mais se dar o luxo de ser apenas uma adolescente, todas suas escolhas a impactavam como nunca. Ali sentadas tomando um café, ou chá, as duas tentaram colocar toda conversa em dia. Holly contara sobre sua situação com Stefan, a eminente mudança de Klaus, suas novas amizades, a derrota de Freya, e seus poderes.

-Niklaus me contou sobre seus poderes, Holl. Ele me pediu para investigá-los, aliás. Eu não o culpo, por que você depois de tantas duplicatas, é a única que possui magia? -Ela intercalava suas falas entre um gole de chá e outro, mais uma das diversas manias que havia adquirido em sua viagem. A gestante por outro lado, estava sedenta por respostas. Sempre se questionara sobre seus poderes, mas nenhuma das suas tantas pesquisas feitas sobre, teve algum resultado.

Os 30 anos depois da Elena | VOLUME ÚNICOOnde histórias criam vida. Descubra agora