Fase III: Agente duplo

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  A manhã seguinte não fora muito diferente, ainda com bastante álcool em seu organismo. Andava bebendo mais uísque do que sangue, esse que costumava ser misturado com a bebida muito comumente. No banho, a água descia por seu corpo e a permitia viajar por entre suas memórias. Até que sua mente parou, uma nova memória aparecia em sua frente.

Dois homens conversavam em uma floresta, a noite era escura e o clima frio. Ambos usavam roupas escuras, o que dificultava para que a moça pudesse discernir quem era.

-Eles precisam ser parados, são abominações. Monstros, Fergus. E eu não vou parar até que estejam todos mortos. -O homem mais claro comentava com outro, agora identificado. Seu tom de voz era ríspido e certeiro, mas sobre quem eles falavam?

-Acho que tenho a solução para isso. -Ambos observavam uma pequena vila, que a fez perceber a época em que estavam. Aquilo era uma típica vila romana feudal, de onde aquelas memórias vinham? A moça era jovem demais para ter vivenciado momentos como aquele, as cenas não a pertenciam.

Assim que abriu seus olhos, suas mãos estavam sobre o pescoço do híbrido enforcando-o. Seu susto a vez soltar imediatamente, como aquilo havia acontecido?
Seu corpo descoberto a deixou envergonhada, fazendo com que deixasse o banheiro sem sequer perguntá-lo o motivo de sua chegada. Na sala, o original tinha novidades a compartilhar.

-Nós temos muito trabalho pela frente, Holly. -Falou enquanto jogava um grimório antigo e pesado sobre a mesa. Aquela altura do campeonato, encontrar seus filhos nunca foi algo tão necessário.

-Me perdoe por aquilo, eu não faço ideia de como aconteceu. -Ele deu um meio sorriso, imaginava tudo que a morena estava tendo que passar naquele instante de sua vida. Precisa ser compreensível, se tudo que sobrasse para ela fossem surtos como aquele, não estavam tão mal.

-Alguns traumas são mais difíceis de serem superados do que outros. Está tudo sobre controle. -A verdade é que o tom ávido de vermelho nos olhos da morena o assustaram, ela parecia muito certa do que fazia. Mas a verdade é que mesmo que estivesse, não poderia culpá-la.

O grimório possuía mais feitiços do que a moça podia contar, mas no momento poucos lhe eram úteis. Levaram horas até que a morena achasse um que lhe chamasse atenção, logo suas fichas foram todas colocadas nele. O problema é que o mesmo exigiria muito de sua magia, por isso precisava de prática. O híbrido atendera uma ligação, enquanto a bruxa arrumava os utensílios para o feitiço. Sua audição aprimorada a permitiam ouvir toda conversa.

** Ligação ON **

-Elijah, querido irmão. O que te faz me ligar nessa hora? E atrapalhar meus planos para encontrar meus filhos. -O tom de voz arrogante e o sotaque britânicos do homem eram familiares, talvez como nunca antes.

-Hayley, a levaram. Ela estava no Bayou com os lobos, quando as bruxas a pegaram. -A voz do Mikaelson era trêmula e vazia, conseguia sentir o medo que ecoava na mesma. Não houveram mais palavras antes que o original desligasse.

** Ligação OFF **

-Vamos, temos trabalho a fazer! -Holly pegou o grimório e sua caixa, repleta de materiais para feitiços, deixando o apartamento. Ações imediatas precisavam ser tomadas.

O tempo até que estivessem no mesmo ambiente que o restante da família foi pouco, eles tinham pressa. Hope logo estendeu um bilhete, deixado na casa assim que a falta da Marshall foi percebida:

"Prezados irmãozinhos,
Acho que tenho algo que vocês desejam, certo? A sua lobinha é bem irritante, devo dizer.
Por ora, temos um encontro marcado para discutirmos as possibilidades. Estejam presentes. Ou talvez Hayley nunca mais será.
Com amor do seu querido irmão,
Kol Mikaelson."

Os 30 anos depois da Elena | VOLUME ÚNICOOnde histórias criam vida. Descubra agora