Fase III: A pior das maldições

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  Seu corpo levantou ofegante da cama, como se um pesadelo tivesse a atingido. A realidade ainda era confusa, ela tentava concentrar-se em todas as milhões de coisas simples e incríveis ao seu redor. Até encontrar visão mais linda que o paraíso poderia oferecer a mesma, o Mikaelson abrira a porta dando seu meio sorriso favorito. Não hesitou em correr até ele, abraçando o híbrido como sempre desejara ter feito. Sua velocidade e força foram exageradas, assim como tudo que ela sentia no momento. Não havia um filtro em suas reações e desejos, tudo era impulsivo demais. A sensação do toque dele nunca fora tão necessária, poderia permanecer ali por todo sempre. Ele a segurava como se tudo não passasse de uma miragem, não pretendia deixá-la ir novamente.

-Como eu estou aqui, Klaus? -Seu tom de voz era atípico, tudo parecia tão real e por um segundo, temia que não fosse.

-Eu não faço a mínima ideia, Holly, mas estou feliz que tenha acontecido. -A risada dela ecoou pelo quarto, tão sincera e pura como os bebês no ambiente ao lado. Faith pareceu se dar conta do que acontecia, seu choro fez a bruxa despertar para o que ainda tinha a oportunidade de manter consigo. O caminho até eles nunca fora tão longo, seu coração palpitava diante da mínima possibilidade. Aquelas lágrimas nunca foram tão sinceras, a saudade latente em seu peito fazia com que parecesse ter perdido cem anos da vida de seus filhos.

Observava com clareza cada mínimo detalhe de seus rostinhos minúsculos, ambos conseguiam ser mais pequenos do que imaginara. Sua única chance de tê-los em seus braços foi tão súbita, segurá-los novamente sem a mínima pressa de ir embora era genuíno.

-Eu amo tanto vocês, meus bebês. -Nick parecia tão calmo e quieto, enquanto sua irmã era o exato oposto. Faith só se acalmou ao sentir o calor do corpo de Holly, os poucos fios de sua filha, possuíam cor acobreada, assim como o híbrido. Nick tinha o cabelo mais escuro, próximos dos de sua mãe. Seus rostos mesmos parecidos, eram completamente diferentes, ou talvez fossem apenas percepções da maternidade.

O Mikaelson estava na porta do quarto, observando a mulher que possuía mais lágrimas em seu rosto do que se seria capaz de contabilizar. Em seus mais de mil anos, poucas vezes se sentira tão apegado a algo quanto era por aqueles três seres que admirava no momento. A maneira como ela era capaz de prendê-lo e fazer parecer a maneira mais pura de liberdade, deixava ele se perguntando se não era magia. A moça parecia em um mundo a parte, seus olhos brilhavam enquanto guardava cada mínimo detalhe das feições de seus filhos.

-Você é uma vampira? -A pergunta foi o suficiente para estação mudar da água pro vinho, tudo ficou nublado. Em toda sua existência poderia desejar milhares de coisas, ser uma vampira definitivamente não era nenhuma delas. Fora apaixonada por mais deles do que deveria, mesmo assim, jamais seria um monstro que sobrevive da sua capacidade de sugar a vida. E ali, admirando os dois bebês em seus braços, sabia que esse não era um legado que gostaria de deixar para eles.

-Eu nunca bebi sangue de vampiro, Niklaus. Eu não faço a mínima ideia do como, ou porquê, estou aqui. Essa é a verdade. -Seus olhos encaravam o vazio dessa vez, essa era a única maneira de se tornar uma vampira, certo? Tudo parecia uma confusão catastrófica, sua cabeça pareceu explodir por um instante. A morena saiu o mais rápido que pode do quarto, tudo em seu redor se movia lentamente. Seus passos não eram claros e pareciam caminhar em direção a qualquer lugar que pudesse segurá-la.

-Eu amo você, Princesa Coquinhos! Você foi o meu melhor presente! -Dois rostos se encaravam, o homem a sua frente seria reconhecível por todo sempre: Ally Rose. A versão mais jovem de sua irmã possuía o cabelo amarrado em duas tranças, seu sorriso genuíno comprovava a conexão que sempre sentiu desde que soube da verdade. O cenário mudou completamente, estava sobre o pé da escada de sua antiga casa. A imagem de Kelly no segundo andar era confusa, enxergava as lágrimas nos olhos de sua mãe.

Os 30 anos depois da Elena | VOLUME ÚNICOOnde histórias criam vida. Descubra agora