Os 30 anos depois da Elena | VOLUME ÚNICO

Fase III: Novos ares

  Na primeira semana, tudo fora apenas flores. Com o tempo e a ausência de uma resolução, o céu se tornou cinzento. Ambos se prometeram não voltar sem o antídoto, mas quando completou mais um mês desde que deixaram New Orleans se questionaram se faziam o certo.

-Você não ligou para ele uma vez desde o início. -Elijah notara o nome fixo no contato cuja tela fria
a morena encarava: Stefan.

-Ele sempre me deu esperança, Elijah. O Stefan me fazia acreditar, mesmo quando eu mesma não tinha fé suficiente. Eu poderia usar um pouco disso agora. -Seus olhos já estavam colados nos do original, a dinâmica entre os dois mudara bastante durante o período. Já havia mais confiança do que sequer imaginara ser possível entre os vampiros.

-Você ainda o ama? -O homem sentou ao seu lado, permitindo que ela apoiasse sua cabeça sobre seu ombro largo.

-Eu os amo, essa é a questão. Eu sempre irei amá-lo, ele é a minha alma gêmea. Nós fomos feitos um para o outro, literalmente. -Um suspiro longo a interrompeu, seus olhos vislumbraram memórias antigas e gostosas demais para passarem despercebidas.

-Até que o Klaus chegou. Eu jurei a mim mesma que sempre o odiaria, que eu o mataria. -Sua breve risada conteve seu pensamento, era irônico em formas cômicas.

-E agora, eu deixei o homem da minha vida por ele. Honestamente, não sou capaz sequer de definir o que eu sinto por ele, Elijah. O Klaus é confuso, como uma névoa. Ele me traz um misto de proteção e perigo que por algum motivo problemático, eu gosto mais do que deveria. -Sua mente viajou mais uma vez por todas aquelas lembranças complicadas demais para serem detalhadas, até encontrar uma luz. Como em uma perfeita epifania, sabia como encontrar um Plutarch.

Seus elementos estavam sobre o chão do hotel, um mapa mundi antigo era o seu guia pela jornada até seu alvo. A quantidade de feitiços que aprendera, era suficiente para fundir alguns conforme a necessidade. Mesmo o mais complicado dos compostos era válido para um momento como aquele, se prometera dar tudo de si naquela jornada.

Algumas horas depois a resposta por detrás de seus esforços surgiu, quando um país pegou fogo em seu mapa. Seus vizinhos suíços eram a solução. Não havia um Plutarch na Áustria, mas havia na Suíça.

Desde que chegaram, Elijah e Holly foram impossibilitados de montar uma árvore genealógica detalhada da família, já que seus maiores documentos sobre a genética dos mesmos foram queimados com seu último integrante registrado: Argus Plutarch. O resto sobre os Plutarch eram apenas histórias. Ainda assim, quando o feitiço os guiou para a Suíça, não houve hesitação.

Na manhã seguinte já estavam em solo suíço, a procura de algum Plutarch. A cidade destinada pelos feitiços da Shared era Lausanne, porém seria mais difícil que o planejado conseguir encontrá-los. Os feitiços de localização não foram precisos o suficiente, e eram despistados por outra forma de magia. Como o perímetro a percorrer não era vasto, toparam fazê-lo da forma mais convencional. Dois dias após o início de sua pesquisa local, chegaram a uma pequena loja de ervas e artefatos antigos: A três amores. Era pequena e discreta, perfeita para quem não gostaria de ser notado. Algumas perguntas feitas aos moradores no entorno da loja, confirmavam que um Plutarch que era dono do local.

O peito da Shared encheu-se de esperança por um segundo, haviam finalmente encontrado a solução para sua tão esperada redenção. A fachada em madeira com letras serifadas eram praticamente a realização de um sonho da morena, a cura para Rebekah estava apenas a alguns metros de distância.
Seus olhos encontraram os de Elijah numa súbita conexão entre ambos que sabiam o que aquilo significava:

-Você está pronto para isso? -Não soube esconder seu sorriso durante a pergunta, mesmo que ainda houvessem outros após, esse degrau era responsável por uma grande parcela na equação. Os dois seguiram em um passo ritmado, juntamente com seus sobretudos escuros monocráticos entre si. Eram uma perfeita dupla.