Fase III: Felizes para sempre?

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Apesar de não externar para seu parceiro de viagem, Holly passara os últimos dois dias em um misto de emoções indescritível. Como poderia ser justo querer tanto rever seus filhos, mas temer machucá-los com isso?

Enquanto dirigia para o seu último destino, não foi capaz de conter-se quando lágrimas desceram por seu rosto. Sabia onde seus filhos estavam e ainda questionava-se sobre a melhor decisão, o quão egoísta seria por escolher vê-los mesmo assim?

-O que houve, Holly? -O sotaque britânico do homem já lhe era mais do que familiar, sentia-se confortável naquele lugar.

-Eu não quero machucá-los, Elijah. Eles merecem uma vida sem os perigos de ser um Mikaelson, Nick e Faith merecem uma infância normal. -A visão da estrada aos poucos foi se tornando turva, conforme os pensamentos surgiam era difícil manter-se sã.

O silêncio no carro era ensurdecedor pelo resto da viagem até Bruxelas, aquele fantasma sentou-se no banco traseiro e fez questão de ficar até o final. O endereço correspondia a um hotel, durante todo o caminho até a porta esteve trêmula. Suas pernas pareciam ter se esquecido como andar, ao passo que seu coração estava acelerado como nunca. Seus olhos guardavam lágrimas prontas para saírem, por aquele segundo permitiu que a euforia do momento a dominasse.

A porta possuía um símbolo, uma runa antiga porém familiar: dois losangos, um aberto e um pela metade. O símbolo viking estava ligado à família, já havia o lido em um grimório anteriormente. Elijah estava em sua frente, no instante em que tocara na maçaneta sua pele queimara. Era possível enxergar o mesmo símbolo na palma de suas mãos, como uma queimadura profunda que em breve sararia.

-Celeste fez seu trabalho como ninguém. -Havia um sorriso indescritível em seu rosto, sua prima era muito mais inteligente do que imaginara. A bruxa ligou a porta do quarto à família Shared, e somente um seria capaz de ultrapassar. Considerando que a mesma acreditava carregar todos os membros de sua família consigo, era uma brilhante estratégia.

Quando tocou na porta, uma luz amarela saía por entre seus dedos. Ainda assim, não doía. A mesma se abriu, fazendo seu coração parar de bater durante aquele milésimo.

-Holly? -Os olhos de Ally se assustaram com o que via, seus olhos marejaram naquele mesmo instante. A arma que a mesma apontava para sua irmã centímetros de sua testa, quando acreditava ser um possível invasor, caiu no chão de madeira do quarto. Aquele abraço perdurou por alguns segundos, recebendo algumas lágrimas durante o mesmo.

-Você deveria estar morta! O que aconteceu? -Uma gargalhada abafada por algumas lágrimas foi dada por Rose, era como se um milagre tivesse sido feito e seus pedidos tivessem sido atendidos.

-Você não faz ideia do quanto aconteceu, Ally! -Por um segundo, as duas se seguraram naquele enlace como se fosse o último. Quando finalmente desvencilharam-se, os olhos de Holly procuraram por sinais daquilo que passara os últimos meses sendo seu maior desejo.

-Eles estão no quarto, vão adorar conhecer a mamãe da qual falamos tanto! -A vampira guiou sua irmã mais nova durante o percurso, o caminho passara em câmera lenta, cada segundo era uma pequena eternidade. O quarto era espaçoso e decorado, perfeito para os dois.

Faith estava em pé dentro berço e sua feição inocente encarava a figura materna pela qual esperou todo esse tempo para encontrar, quando a morena foi até ela. Nick brincava com um pequeno cavalo de madeira, seus cachinhos caíam por seu rosto.

Quanto tempo perdera? Faith já sabia ficar em pé! A última vez que os vira, eram apenas recém-nascidos. A noção do tempo perdido atingiu a bruxa com tudo, as lágrimas saíam com mais facilidade do que imaginara. Admirá-los era estranho, eles se pareciam tanto dessa vez!

Os 30 anos depois da Elena | VOLUME ÚNICOOnde histórias criam vida. Descubra agora