...Cinco...

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Porsche POV

Na verdade Big estava um tanto equivocado sobre os acontecimentos. Kinn realmente foi intoxicado por uma substância nociva que o derrubou. Por isso eu não sai do lado de Kinn.

Eu simplesmente não estava interessado em descobrir que mandou quem ou o que esses caras queriam, eu apenas me sentia desconfortável. Conheci Kinn por dois anos e mesmo sendo um merda como chefe ele parecia ser uma pessoa que carregava em si alguma bondade.

Kinn era diferente de seus irmãos, ele era determinado e obstinado. Eu podía ver que nunca foi o plano dele ser o próximo no lugar de seu pai. Porém, ele sentia um forte desejo de atingir as expectativas da família.

Eu só vi essa dor e desespero em ser aceito em uma pessoa além de Kinn...Vegas. Vegas era o rival de Kinn, ambos primos cresceram para liderar e tomar a frente no negócio de suas famílias.

Se Kinn fazia algo de modo menos eficiente que Vegas ele era destratado e humilhado, perdia facilmente o apoio de seu pai. Quando era Vegas quem perdia ele apanhava.

Cheguei a conversar muito com Vegas enquanto ele estava ferido e muitas vezes troquei seus curativos. O pai de Vegas era como um demônio  destruindo tudo em seu caminho.

Mas o pai de Kinn? Ele era diferente sua dor e tortura estavam concentrados na área psicológica e não física. Ele fazia através de suas falas o seu filho parecer descartável e inútil.

" Vegas tem chamado atenção aos meus olhos, devo colocar ele em seu lugar ?"

Essas palavras eram o bastante para causar noites sem sono para Kinn o fazendo temer perder tudo e ser substituído pelo seu próprio pai. Korn gostava de humilhar Kinn em público quando ele era ineficiente fazendo ele se sentir uma piada.

Vi por muita vezes Kinn repetir as palavras cruéis de seu pai para si mesmo. Ele começou a acreditar nos insultos de seu pai. Com medo de perder tudo muitas vezes Kinn pegava pesado com Vegas, e vice-versa. Assim ambos os primos viviam de se machucar.

Agora desintoxicado mas inconsciente eu aguardava meu chefe acordar. Não sabia como ele ia reagir mas sabia que deveria ser leal e ficar aqui. Nem mesmo sua família ficou com ele muito tempo.

Kim decidiu investigar com Big, Korn agiu como se nada tivesse acontecido e Khun apenas chorou tanto que adoeceu e teve que ir para seu quarto receber cuidados.

Enquanto estava deitado naquela cama, Kinn parecia atraente. Seus olhos fechados e seus lábios carnudos pareciam definidos. Seu nariz também era afiado e bonito. Comecei a desenhar o rosto de Kinn em minha mente apontando o dedo pra ele.

Quando estava inconsciente parecia uma pessoa comum. Sem o peso do mundo nas costas e sem a expressão fria. Ele parecia humano, tão humano que me assustou.

- Você parece tão comum assim...- cochicho.

Algo segura minha mão com força percebo ser a mão de Kinn. Olho para o o rosto do homem que serenamente parecia dormir.

- Você iria preferir se eu fosse mais comum? - Kinn pergunta.

Me assusto e me afasto de seu toque, minha expressão é de desdém quando ele sorri para mim. Será que ele está acordado a muito tempo? O pensamento me invadiu. Eu quase morri de vergonha afinal talvez ele tenha percebido.

- E daí você vai mudar por causa da minha opinião? Não né então essa conversa é inútil.- reclamo.

- E se eu mudar ? O que aconteceria a seguir ? - Kinn senta na cama.

Não foi esse diálogo que imaginei que teríamos quando ele acordasse. E na verdade sinto que não estou entendendo onde ele quer chegar com essa conversa.

KinnPorsche (Não Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora