Cap. 4

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Ponto de vista Kate Morgan

  Minha manhã de domingo foi comum. Acordei tarde, troquei de roupa, escovei os dentes, fiquei atoa e almocei.

  Lá pelas 14 horas a campainha tocou, meu pai quem atendeu e em seguida veio falar comigo.

— Tem uma menina muito bonita te chamando aí em! — Ele disse com um sorriso satisfeito e muito suspeito na cara.

— Para pai, eu não tô na cidade há nem uma semana. — Reclamei e ele só se retirou do quarto.

  Me dirigi até a porta e me deparei com Robin me esperando lá fazendo qualquer coisa com as mãos, ela parecia um pouco nervosa.

— Espero que meu pai não tenha falado nada estranho. — Iniciei me escorando no batente da porta.

— Não, não, claro que não. — Ela sorriu. — Ele só é um pouco bravo né?

— Isso é porque você nao conhece ele, é só pose. — Eu ri e ela também.

— Eu só queria te chamar pra sair sabe, não tipo encontro, tipo só eu e você... — Ela falava rápido atropelando as palavras. — ...Sabe, tipo, eu, você e o Steve. O Steve ficou de me encontrar na sorveteria daqui há uns 20 minutos. — Suas mãos entregavam que ela realmente estava nervosa.

— Ah, claro, eu aceito, só vou avisar meu pai antes, tudo bem? — Sorri.

— Claro, eu espero. — Ela disse aliviada com a resposta.

  Entrei e avisei meu pai que ia sair, o disse para não se preocupar, peguei um pouco de dinheiro e fui encontrar Robin.

— Prontinho. — Sorri e ela sorriu de volta.

  Fomos conversando praticamente o caminho inteiro, conversamos muito sobre música, contei pra ela que uma das minhas favoritas é "hey lover", ela não conhecia mas disse que vai ouvir.

  Só que quando o assunto morreu ela fez uma pergunta diferente:
— Mas Kate, por que você se mudou da Califórnia? Lá é bem maior que Hawkins, tem muito mais recursos e essas coisas... Hawkins é uma cidade minúscula. — Ela perguntou curiosa.

  Eu lembrei de tudo. Cada detalhe. Eu senti um nó na garganta e me segurei pra não desabar.

— Acontece que a nossa cidade era pequena o suficiente pra boatos e fofocas se espalharem por ela inteira em 3 dias ou algo parecido. — Disse em tom desanimado. — E isso pode acabar com a vida de alguém. — Falei baixo, quase inaudível.

— Puxa, desculpa, eu não sei o que aconteceu lá, aliás, se quiser, pode falar comigo tá? Sei lá, desabafar... Deve ter sido bem ruim. — Falava nervosa com o que tinha feito. — Desculpa se eu toquei em um ponto sensível.

— Tudo bem, você não sabia. — A tranquilizei. — Eu não quero falar sobre isso não, pelo menos não ainda, mas obrigada. — Sorri delicadamente, ela devolveu.

  Seguimos o restante do caminho em silêncio, mesmo que eu não quisesse aquilo, e acho que ela também não queria, só tinha medo de falar algo ruim outra vez, eu não sabia como quebrar aquele silêncio então foi assim até encontrarmos Steve do lado de fora da sorveteria.

Whispering Secrets - Robin BuckleyOnde histórias criam vida. Descubra agora