Whispering Secrets - Robin Buckley

Cap. 17

  Domingo.

  Passo o dia todo até o momento atual atordoada pensando no sonho que tive e eu sei o que significa. Califórnia ainda vai me perseguir por muito tempo.

  A campainha toca e a tarefa de ir lá atender é atribuída a mim, já que sou eu quem tá mais perto.

  Ao abrir, encontro Robin, que está distraída com as próprias mãos mas que logo percebe minha presença e sorri.

— Oi Kate! — Ela diz ainda sorrindo, eu estou sorrindo de volta. — Desculpa te incomodar, eu queria saber se você por acaso não queria ir comigo lá no Steve terça. A gente tá combinando de passar a tarde lá na piscina e tal, a Nancy deve ir também!

  Eu ri um pouco não me dando conta de que poderia parecer ser de mau tom, não foi uma gargalhada mas foi uma risadinha.

  Pude ver que a garota à minha frente pareceu um pouco constrangida e começou a investigar as próprias roupas, claramente tentando ser discreta, mas ela não é muito boa nisso.

— Desculpa!! Desculpa de verdade, é que eu reparei que toda vez que a gente se convida pra algo, a gente tem que caminha até a casa ou ambiente de trabalho, sabe? — Me expliquei e ela pareceu menos nervosa. — Vem, entra! — Convidei e ela ainda um pouco desconsertada me seguiu pra dentro de casa.

  Peguei um bloquinho de notas e uma caneta mais próximos.

— Você tem telefone, né?

— Tenho sim. — Respondeu

— Me diz seu número! — Solicitei sorrindo.

  Anotei o número dela e pedi o de Steve também, depois anotei o daqui de casa em outra folha, a arranquei e entreguei a Robin.

  Depois disso Robin pareceu mais à vontade.

— Retomando o assunto, eu quero sim!

— Sério? Tá bom, eu vou falar com ele que você topou! Eu posso vir aqui umas 10h30? Aí eu venho e a gente vai pra lá juntas já que você não sabe onde é, né? Eu já to mais familiarizada! — Ela começou a fazer aquela coisa de falar rápido e pelos poucos segundos que durou até ela passar a esperar minha resposta, eu fiquei hipnotizada.

  Nossa. Como eu to apaixonada.

— Pode sim! — Respondi acenando com a cabeça em sinal de positivo, começamos a caminhar para o lado de fora.

— Então... Te vejo terça! — Ela disse sorrindo.

— Até terça! — Respondi

— Tá bom, tchau! — Disse já se virando pra ir embora.

  Acenei pra ela e a observei sumir na paisagem.

  É impressionante como quando eu tô com ela tudo some, conseguir esquecer totalmente do sonho e tudo mais.

  Mas só durou até eu entrar em casa, explicar o convite pro meu pai e subir pro meu quarto.

  Procurei fazer qualquer coisa bobinha que pudesse, sei lá, expressar o que eu tava sentindo, como rabiscar e escrever.

  Eu devia parar de achar que tudo vai se repetir. É só eu não contar pra ninguém, e, se for necessário, mascarar pra ninguém perceber que eu gosto dela tipo gostar mesmo.

  Não deve ser tão difícil desviar o olhar quando eu tiver dando aqueles olhares de bobinha apaixonada, deve?

  Espero que Nancy e Steve não sejam muito perceptivos.