Cap. 31

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  Continuamos naquela posição por alguns minutos, se olhando, olhando pro teto, sorrindo...

  Confesso que quis muito beijá-la, mas isso exigia uma coragem que eu não tinha.

  Até que ouvimos uma batida na porta e a mesma logo se abre.

  Meu pai nos vê sorrindo e sorri também.

— Parece que vocês já tão bem de novo. Robin, você vai ficar pro jantar?

— Ah, não, não quero atrapalhar. — Ela se levanta e fica sentada na cama.

  Me sento também.

— Ora, mas você não atrapalha! — Protesta meu pai. — Fica, a gente vai adorar!

  Robin olha pra mim como se esperasse uma confirmação.

— É verdade! — Digo sorrindo.

— Tá, eu posso ficar. — Diz, também abrindo um grande sorriso.

— Ok! Chamo vocês quando tiver pronto. — Diz e logo deixa o cômodo.

— Ainda tô até de uniforme. — Robin reclama tirando o colete com seus broches.

— Eu posso te emprestar uma roupa minha! — Sugiro sem pensar muito.

— Ah! Pode ser. — Sorriu sem mostrar os dentes, parecendo um pouco envergonhada. — Esse uniforme não é lá um exemplo de conforto.

  Fui até o guarda-roupa e selecionei uma blusa larga cor vinho e um short preto que eu achei que serviriam nela.

  A entreguei e ela foi se trocar no banheiro, depois fomos de volta ao meu quarto conversar enquanto meu pai não nos chamava.

  Robin ficou curiosa sobre o fato de o meu pai aparentar já saber sobre o que aconteceu ontem, isso por ele ter comentado sobre "estarmos bem novamente".

  A revelei o quão preocupado ele ficou em me ver chegar naquela hora e naquele estado, portanto tive que contar, mas não falei sobre sua sexualidade.

  O jantar foi uma macarronada que meu pai estava testando, segundo ele, pra ver se ficava bom. E realmente ficou.

  Na mesa, não pude evitar olhá-la e algumas vezes acabamos nos encarando.

  Na maior parte do tempo observei meu pai e Robin conversando como na primeira vez em que a garota veio, como se fossem amigos super próximos.

  Depois do jantar nós conversamos mais um pouco antes de ela ir embora.

— Acho que eu tô pré-destinada a me assumir sempre no banheiro. — Comentou, voltando ao assunto e riu.

  Estávamos no meu quarto.

— Acontece com muita frequência? — Brinco, também rindo.

— Não muita, duas vezes, mas acho que isso ter acontecido duas vezes já é estranho. — Disse pensativa.

— Realmente. — Rio. — A primeira foi o Steve?

— Foi. — Ela sorri. — É uma longa história.

— Um dia você me conta essa longa história então. — Brinquei.

— Realmente. — Ela diz. — Porque hoje não dá não. — Falou olhando pro relógio. — Melhor eu ir logo pra casa.

— Não! — Disse em um tom exageradamente triste, alongando a palavra.

— A gente se vê outro dia! — Ela disse no mesmo tom.

— Tá bom!

— Vou pôr o uniforme e te devolvo a roupa que você me emprestou. — Falou indo em direção à roupa que usava mais cedo.

— Não precisa, você me devolve outro dia. — Digo.

— Certeza?

— Claro! — Sorrio e ela retribui.

— Acho que já vou indo mesmo. — Disse pegando seus pertences e, então, se direcionando até a porta do meu quarto. Eu a acompanhei.

  Descemos as escadas.

—  Pai! — O chamo. — Cê pode levar a Robin na casa dela?

  A garota fica surpresa.

— Posso, sim, onde é? — Responde vindo em nossa direção.

— Ah, não precisa! Eu posso ir sozinha, não precisa se incomodar com isso não!

— Não é incômodo algum, vamo lá! — Diz meu pai.

— Certeza? — Robin pergunta.

— Claro! — Assegurou.

— Sendo assim, eu aceito! — Cedeu.

— Então vamos! — Meu pai disse pegando a chave do carro.

  Ficamos conversando durante o caminho, não foi muito tempo já que não moramos tão longe uma da outra, mas foi legal.

  Nós duas fomos atrás apesar do lugar vago na frente pra ficarmos mais próximas.

  Me despedi de Robin com um abraço quando ela ia saindo do carro.

  Esperamos que ela entrasse antes de voltarmos para casa.

Whispering Secrets - Robin BuckleyOnde histórias criam vida. Descubra agora