Cap. 21

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Ponto de vista Kate Morgan

  Eu vou explodir.

  Eu com certeza vou explodir.

  Ela olhou pra mim. Me encarou. Mais de uma vez. Ela viu minha perna balançando e pôs a mão em cima. Foi isso, não foi? Ela pôs porque viu. E porque se importa.

  Ela se importa.

  Chegando em casa subi direto pro quarto.

  Não tenho a menor capacidade de ficar parada. Expresso reações e movo meus braços aleatoriamente porque é a única maneira que eu encontro de não surtar.

  Ou no caso, de não surtar mais ainda.

  Quando ela me encarou depois de sairmos da piscina, e que encarada longa, nossa, eu quis diminuir e diminuir até ficar tão pequenininha que ninguém conseguisse me ver.

  Eu sou bonita. Eu realmente me acho bonita. Só sinto que qualquer outra menina da minha idade é mais.

  Me senti oprimida. Mesmo que não houvesse maldade no olhar dela, eu não queria atenção pro meu corpo.

  Até que ela se aproximou e tocou minha perna que eu nem tinha reparado que, naquele momento, estava balançando igual uma desgraçada.

  Naquele momento todo o desconforto passou. Eu não me senti 'menos bonita'. Seu olhar passou a não me incomodar mais. Nadinha.

  Dei tudo de mim pra agir naturalmente e retribuí o toque colocando minha mão por cima da sua. Ela levou um pequeno susto e não pude evitar um sorriso.

  São momentos tão simples mas que ainda assim eu daria tudo pra que durassem pra sempre.

  Acho que eu a olhei demais na piscina. Não foi isso que eu planejei, a intenção era justamente não encarar tanto.

  No final do dia, umas 2 vezes que eu olhei discretamente pra ela, ela tava olhando pra mim e eu tinha uma mistura de sentimentos.

  Me questiono se a possibilidade de ela gostar de mim realmemte existe. Mas eu prefiro não insistir muito nisso.

  Se eu não achar mesmo que ela gosta de mim, se e quando eu tiver certeza que não, não vai ser uma decepção já que eu já esperava.

  Eu acho.

  Agora aqui estou eu, surtando no meu quarto sozinha já que não tenho ninguém que possa ouvir os meus surtos exceto o meu pai que ainda não chegou do trabalho.

  Eu imaginava que pudesse, fazendo algum esforço, esquecer o fato de eu gostar dela e simplesmente me divertir com uma amiga, mas nem isso.

  Até que eu consegui no começo, mas só no começo mesmo.

  Sinto raiva de mim mesma.

Ponto de vista Robin Buckley

  Quarta

— Como assim me encarando? — Eu ri incrédula.

— Claro que com a sua habilidade incrível de observar detalhes você não percebeu. — Disse Steve do outro lado da linha com sarcasmo.

— Ela tava me encarando?? — Falei um pouco mais alto mas tomando tomando cuidado pra não falar alto demais.

— Na piscina principalmente.

— Que?! — Exclamei surpresa.

— E ela já ta pegou encarando ela também.

  Meus olhos se arregalaram.

— Quando foi isso? — Perguntei.

— Lá perto da hora que vocês foram embora. — Respondeu.

  Idiota, idiota, idiota.

  Eu não devia ter encarado. Era só não encarar. Por que eu não fiz isso?

— Os olhares... Eram bons, né? — Perguntei apreensiva.

— E você ainda pergunta? Claro que eram! — Senti alívio ao ouvir essas palavras. — Ela com certeza gosta de você, mas não sei se ela vai tomar alguma iniciativa, então você tem que fazer isso.

— Mas nem fudendo. — Protestei.

— Vai ficar olhando ela de longe pra sempre? — Perguntou.

— Espero que não, mas quem sabe, né?

— Quem sabe o caralho, toma uma iniciativa logo!

— Você fala como se fosse fácil! Se você tiver enganado, basta ela falar pra uma pessoa e a cidade inteira vai me tacar pedra!

— Ela não vai!! — Exclamou.

— Propositalmente não, eu acho.

— Deixa de ser pessimista.

— Tá bom — Falei suspirando. —, mas eu não vou fazer nada ainda.

— Imaginei. Mudando um pouquinho de assunto, quer me explicar o que aconteceu naquela hora que eu vi vocês duas com as mãos juntinhas na perna dela?

  Imediatamente comecei a sorrir e contei tudo em detalhes. Eu tô muito apaixonada.

Whispering Secrets - Robin BuckleyOnde histórias criam vida. Descubra agora