Cap. 26

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Ponto de vista Kate Morgan

  Sexta.

  Mesmo já tendo feito coisas parecidas com Robin em noites como essa, ir até à casa de Steve hoje me deixa nervosa sabendo que vou encontrá-la.

  Antes de sair, me arrumo um pouco.

  Meu pai me leva de carro até o endereço anotado, tentando me tranquilizar durante quase todo o trajeto.

  Ele me deixa na frente de uma casa bem menor que aquele casarão de semana passada, parecida com a nossa em questão de tamanho.

  Abro a porta e saio do carro, me despedindo de meu pai, que faz o mesmo.

  Meu pai me observa caminhar em direção à porta enquanto não temos certeza se é essa a casa certa.

  Bato a campainha e aguardo.

  Em alguns segundos a porta é aberta e, do outro lado, Steve sorri.

  Faço um sinal de positivo pro meu pai pra confirmar que está tudo bem e após aguardar um momento, ele vai embora.

  Steve já abriu espaço para que eu possa entrar, assim faço.

  O cumprimento e ele faz o mesmo, nós dois sorrindo.

  Do que suponho ser a cozinha, ouço Robin dizer algo que não entendo bem.

  A garota passa pela porta da parede a minha direita e para ao me ver, começando a sorrir imediatamente. Meu sorriso aumenta.

  Ela é muito linda.

  Enquanto nos encaramos, Steve se senta no braço do sofá, nos observando.

  Robin balança a cabeça como se estivesse tentando afastar algo e caminha na minha direção.

  Nos cumprimentamos e então nos abraçamos de um jeito meio desengonçado.

  Quando nos afastamos, ela olha pra Steve e estreita os olhos numa expressão parecida com raiva.

— Tá vendo, Steve? Você querendo que a gente vá no mercado a essa hora, se a gente tivesse ido lá na hora que você queria, ela teria chegado aqui e não teria ninguém em casa! — Ela disse fazendo gestos exagerados.

— Dependendo de você ia mesmo né! Eu sei ser rápido. — Respondeu e mostrou a língua.

  Me segurei pra não rir, parecem duas crianças.

— Aí, Kate! — Chamou Steve, me fazendo focar no que ele tem pra falar. — Quer ir com a gente no mercado comprar umas besteiras? Salgadinhos, doces, essas coisas.

— Claro! — Confirmei.

  Steve se levantou e pegou as chaves, que devem ser da casa e de seu carro, postas em uma cômoda perto da saída.

— Vamos então! — Disse abrindo a porta e liberando espaço pra nossa passagem.

  Eu e Robin saímos e a sigo até o carro de Steve enquanto ele tranca a porta atrás de nós.

  Esperamos Steve pra destrancar o carro e então entrarmos.


××××

  No mercado sigo meus amigos pelas seções enquanto Robin tenta pegar mais coisas que consegue segurar e de esforça muito pra não deixar nada cair. A cena me faz rir

  Steve analisa com cuidado o que levar.

— Sorvete, Steve! Pega sorvete, não cabe mais nada muito grande aqui. — Sugeriu Robin.

— Você tá achando que vai pagar isso aí com que dinheiro? — Disse Steve, cruzando os braços com um pouco de dificuldade devido aos sacos de salgadinho que segurava.

— Com o seu, ué. — Respondeu óbvia. — Agora vai pegar o sorvete!

— Tá, tá. Mas não porque você me pediu e sim porque sorvete é bom. — Disse Steve, logo indo até a seção de frios.

— Não tá meio tarde pra sorvete? — Eu pergunto pra Robin.

— E desde quanto tem hora pra tomar sorvete? — Respondeu levantando as sobrancelhas.

— É, você tem um ponto. — Admiti rindo.

  Ela riu também.

  Quando Steve voltou com um pote de sorvete de flocos na mão, me deixou responsável por pegar um refrigerante e então fomos para o caixa, Robin carregando quase toda a compra.

  Ela quase não consegue por tudo no balcão sem deixar nada cair, mas dá tudo certo.

  Esperamos pacientemente pra no fim descobrir que o total passou em alguns reais o valor que Steve tinha trazido e Robin devolveu entre resmungos algumas das coisas que pegou.

  Na volta, Steve passou o tempo todo falando sobre como Robin deveria parar de querer comprar tudo que vê pela frente enquanto ela ouvia tudo emburrada. Coisa que logo passou quando entramos com as sacolas.

Whispering Secrets - Robin BuckleyOnde histórias criam vida. Descubra agora