Vítima?
ReginaAquele doutor realmente é outro babaca que precisa ser corrigido. Eu vi quando riu das minhas palavras, e se o fez é porquê com certeza só está aqui pelo salário gordo do PAD. Mas deixarei para resolver as minhas diferenças com ele depois. Quando tiver pisado tão feio na bola que eu poderei torturá-lo antes de matá-lo, para servi-lo como comida aos cães da rua!
Perdi a cabeça por um segundo. Aquele idiota com cara de garoto, tinha esse capacidade desde que colocou os pés no meu paraíso que, não deixarei ser corrompido por um humano sem escrúpulos. De novo estou pensando naquele moleque loiro e a concentração está se esvaindo. Que droga! Até parece importante o suficiente para merecer que sequer pense nele!
"Foco A...Regina." Disse para mim antes de me aproximar da ovelha pródiga escolhida: Eloísa Magalhães. A médica que não só estava beijando médicos recém chegados pelo hospital, como também andava administrando drogas pesadas em pacientes, com o intuito de estimulá-los, para roubar-lhes os, há pouco tempo descobertos, hormônios da insanidade que, eram perfeitos aditivos para potentes alucinógenos que ela vendia na Deep Web.
Eloísa não soube aproveitar a oportunidade que o Benfeitor lhe deu, e como o contrato da ordem diz que "Prefere ter a garganta cortada do quê violar uma das nossas leis", eu estou aqui para ajudá-la a cumprir com a sua obrigação, ou melhor, lembrá-la de quê nenhum dos pacientes pode ser usado para ter benefícios, pois todos eles são criaturas destinadas ao Plano Mestre da Grande Cúpula, a Ordem a qual quase toda a equipe de Santa Maria serve.
Me aproximei da porta e olhei para Eloísa. Ela ainda estava com os trajes que usou para provocar o doutor Lima, e isso me fez ficar indiferente. Enquanto ela ria ao conversar com os outros membros da Ordem, me foquei em seu corpo, e senti meus olhos arderem como quando era obrigada a colocar lentes para poder enxergar.
Comecei a lagrimar. Tremer, e quando minhas íris subiram, ouvi os berros estrondosos da doutora que começara a sentir uma dor excruciante. Deveria ter parado ali. Só que não consegui, e quando meu poder cessou, a vi vomitar bolas de sangue no piso, como se tivesse desenvolvido uma úlcera grave por causa de minha intervenção.
Fiquei parada na porta, e nossos olhos se encontraram. A boca dela se movia enquanto tentava pronunciar o meu nome de batismo. Eloísa sabia das minhas capacidades telecinéticas e agora tentava me denunciar aos outros que por desespero, ligavam para a emergência. Ela estava apavorada, e sua expressão de agonia me fazia sorrir, pois a desgraçada podia sentir a mesma dor que causou aos meus semelhantes.
Ainda que tudo tivesse corrido fora dos meus planos, eu estava feliz por eliminá-la, porquê sem a sua presença, outros deficientes não seriam espetados contra a sua vontade, para nutrir viciados na loucura que adoravam fingir que eram normais.
A senhorita Magalhães deu seu último urro e desfaleceu no chão. Sai tão satisfeita pelo meu trabalho que comecei a cantar enquanto ia para o meu quarto._ "This world doesn't need no opera
We're here for the operation."
Devaneio I
JonasA morte de Eloísa foi algo difícil de lidar para muitos, e como a perícia indicou que ela sofreu graves alterações em seu organismo por envenenamento, todos tivemos de prestar depoimento.
Mas felizmente, apesar de ter inúmeros fatores que podiam servir para associar o crime a mim, fiquei fora de suspeita, e depois de um tomar café na barraquinha, resolvi que seria melhor ir para casa. Coisas assim acontecem mais do quê divulgam na mídia. Então não havia motivos para me aterrorizar.
Cheguei em minha moradia e tomei um banho bem frio, para aliviar o calor do Rio. Depois coloquei um short preto de cetim e me deitei na cama. Foi um dia estressante. Cheio de teorias e disse-me-disse.
Meus 7 pacientes ficaram agitados. O primeiro denunciou que teve pesadelos apocalípticos naquela noite. O segundo que sentiu que algo ruim ia acontecer. O terceiro que a música da morte "Hotel Califórnia" lhe veio a cabeça...Enfim um monte de coisa de natureza mística que não tem muita valia para o meio científico.
Não foi difícil pegar no sono. Estava extremamente exausto. Mas enquanto dormia vi algo estranho em meu subconsciente. Por alguma razão sentia as mãos delicadas de Regina a tocar o meu rosto, enquanto me olhava extremamente maliciosa.
Era como se algo lascivo estivesse prestes a acontecer ali, e eu queria ir adiante. Nossos olhos ficaram presos um ao outro. Minha mão percorreu por sua coxa, e pressionei os dedos apertando-a de forma que a vi esboçar um gemido silencioso...
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Silence
RomanceHá uma sociedade por trás de tudo que comanda e modela o mundo para atender aos seus propósitos. Muito fala-se a respeito, porém pouco se sabe para de fato julgar. Todavia enquanto a maioria apenas especula sobre a glória e o perigo, Alicia Amato e...