26•

398 49 18
                                    

Carla Maraisa Henrique Pereira Pov

Não tenho forças o suficiente para falar, nem expressar minha dor, não tenho mais lágrimas, suficiente para isso. Não tenho idéia de onde eu estou, só escuto vozes, estou em um lugar totalmente escuro, sem uma janela, estou morrendo de calor... Meus pulsos estão amarrados com algum tipo de corda, estou sentada no chão, olho para os lados, e não vejo Marília, lógico que eles não colocariam ela junto comigo, eu só penso neles... Marília, Léo, minha irmã... minha metade, eles estão sofrendo, tudo por uma coisa que eu fiz, se alguém que merece ser torturada sou eu.

Eu coloquei a vida de minha família em risco, eu coloquei tudo em risco, meu filho, minha namorada, minha irmã...

Noah.

só de pensar naquele nome tenho uma imensa ânsia de vômito, por culpa dele estou aqui, esse seu amor possessivo, não sei se posso considerar isso como amor. Amor é uma palavra muito forte.

Amor, é o que eu sinto pela Marília, amor, é o que eu sinto pelo meu filho, amor, é o que eu sinto pela minha irmã, que estão todos aqui, por minha culpa. Sempre irei me culpar por isso, sei que não vou ter paz, até esse homem ser preso...

Antonella.

Nunca fui com a cara daquela mulher, alguma coisa nela, em mim não descia, e eu estava certa. Desde daquele dia, que eu peguei ela no flagra conversando com alguém, que supostamente seria Noah. Que eu suspeito daquela mulher.

Como eu pude ser tão trouxa? Como eu não percebi naquela ligação? Léo não queria dormir... Ela não me deixava eu ir para minha própria casa, ela inventou que Léo estava com Maiara, isso tudo... para me maltratar? E Juliano? Henrique? Elsa... Eles sabiam de tudo? Por isso Elsa insistiu, para eles virem junto com a gente? Eles não... Ela, Antonella. Elsa insistiu para Antonella vim junto com a gente, eles sabiam de tudo, esse tempo todo? Acolheram Marília, só para ficarem mais perto de mim, e conseguiram... Traíram a confiança de Marília, se eu soubesse disso...

Saio de meus pensamentos, quando vejo uma luz, na minha frente, tento me levantar, mas eu não tinha forças suficiente para isso.

- Olha, quem temos aqui... - ouço uma voz forte, supostamente seria Noah.

- Me deixe ir embora, Noah! Por favor, eu te dou tudo que você quer, você quer dinheiro? Eu te dou, só me deixe em paz. Deixe minha família em paz, por favor, Noah! - digo...

- Noah? Acho que você está se enganando, meu amor! - Não era Noah? Então quem seria?

- Vamos logo Danilo, não temos todo tempo do mundo. - ouço uma voz, vindo do corredor. Me arrepio ao escutar esse nome, Danilo.

- acho que você já sabe quem é, certo? Como não temos todo o tempo do mundo, quero só te dar um alerta. - ele se aproxima de mim, pegando em meu braço com a maior força do mundo, fazendo eu me levantar, solto um gemido de dor.

- Eu quero que você fique bem quietinha, ok? Vou fazer o favor de deixar todos na mesma cela, vou trazer, seu filho, sua irmã, sua namorada, para cá. Mas se eu souber, que vocês estão fazendo algum plano para fugir, chamar a polícia... você vai se ver comigo! Eu não quero, a porra do seu dinheiro, muito menos o da sua namorada. Eu quero você! Amanhã iremos conversar sobre isso, hoje, quero que você se acostume com sua nova casa, agora se você me dá licencia, eu vou embora. - ele me solta, fazendo eu cair com tudo no chão. Ele se vira - já sabe né? Qualquer gracinha... um dos seus valiosos, morre! - ele bate a porta com força.

Lágrimas invadem meu rosto, o que eu fiz para merecer isso, Deus? Será que é errado eu amar? O que eu fiz para sofrer isso? Quando eu penso que estou tranquila, sem problemas. Isso me acontece...

A porta se abre novamente, vejo uma pequena figura se aproximar de mim, meu filho... ele não tinha machucados, graças a Deus! Seu semblante de assustado, diferente de mim seus pulsos não estavam presos, ele corre até mim, me enchendo de beijos.

- Mama, estou com medo, isso não vai acabar? - Léo diz, com uma voz de choro, beijo sua testa.

- vai sim meu amor... Isso vai acabar! - minha voz sai falhada, eu não tinha forças para nada...

Maiara entra, seus pulsos amarrados, sua cara com alguns arranhões, jogam ela do meu lado.

- SEM GRACINHAS! - um homem fala.

minha irmã está com seu rosto vermelho, talvez ela estava chorando... Isso é horrível, o que estamos passando é horrível.

- Eu te disse... ele não era confiável, Maraisa! Por que você sempre é tão teimosa? Por que você nunca me escuta? Olha aonde estamos por sua culpa, olha nosso estado, olhe para Léo, seu filho, passando por isso... - Sua voz era furiosa, as vezes cortava um pouco por causa do choro.

Apenas escutei calada, eu merecia tudo isso, talvez eu fosse tudo que ela falou mesmo. Uma teimosa, que só pensa em si mesmo!

A porta se abre, pela última vez, aparecendo minha morena, mas diferente de mim e Maiara, ela não estava presa...

- Amor, você está bem? - Ela se aproxima de mim.

Ela me abraça, eu queria muito retribuir... mas eu não conseguia.

- Não estou bem, Marília... olha aonde estamos, eu não queria fazer vocês passarem por isso, me desculpa! Por favor. - digo chorando.

- Não é sua culpa, Maraisa! Não é. - Ela dizia.

- Claro que a culpa é dela Marília, se não fosse pela teimosia dela, você acha que estaríamos aqui? Claro que não. Você não pensa? - Maiara fala, sem olhar para minha cara, vejo que Léo está em seu lado, morrendo de medo.

- Não é culpa dela Maiara, você acha que ela queria está aqui? Sofrendo? Você acha que ela queria que nosso filho passasse por isso? - silêncio. - como eu imaginei, não culpe sua irmã, ela não ouviu seus conselhos, ok! Acabou! O que estamos passando não é culpa dela, é culpa do Noah!

- Danilo também está aqui, Marília... - digo e ela me olha assustada.

- Danilo...? - Ela diz.

Our Love Has Aged - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora